quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Unidade 9 - cap. 1 - O século do ouro






Desde o inicio da colonização, no século XVI, os portugueses procuravam metais e pedras preciosas nas terras brasileiras. Somente no final do século XVII, os bandeirantes paulistas encontraram ouro em Minas Gerais e a noticia se espalhou rapidamente, atraindo milhares de pessoas para a região e a atenção da Coroa portuguesa.
A maior parte do ouro encontrado era de aluvião que tinha como característica o rápido esgotamento por causa da facilidade de estar na superfície e ser mais acessível. Além disso, foi comum os mineradores desviarem as águas dos rios para extrair o minério do leito seco mais facilmente. Procuravam, também, novas jazidas, cavando os barrancos dos rios e as encostas das montanhas. Essas minas eram chamadas de lavras.
A atividade mineradora atraiu um grande número de pessoas de todo tipo de perfil social para a região das minas e acabaram por agravar questões sociais já existentes na região, como falta de alimentos e conflitos e sociais e a formação de clara de dois grupos: os emboabas e os paulistas. Os primeiros eram pessoas atraídas pela possibilidade de enriquecer na região, enquanto o segundo grupo se consideravam os primeiros ocupantes. Essa diferença de visão sobre eles gerará os conflitos entre os dois. A crescente tensão entre eles desencadeou a Guerra dos Emboabas com diversos pequenos conflitos e mortes de ambos os lados. A Coroa interveio concedendo perdão para emboabas e paulistas porque considerou que a extração de ouro seria comprometida caso a tensão entre ambos não fosse resolvida.

Com a descoberta de novas minas cada vez mais frequente, a Coroa portuguesa precisou elaborar meios para controlar e administrar a região. Por exemplo, a administração portuguesa elevou alguns povoados à categoria de vilas, como Mariana, Vila Rica (atual Ouro Preto) e Sabará porque as vilas eram administradas por funcionários diretamente ligados à Coroa Portuguesa. Além disso, a descoberta de uma mina deveria ser comunicada às autoridades. Assim, um funcionário dividia o terreno em lotes chamados datas nessa divisão o descobridor das minas tinha o direito de escolher duas datas e a coroa escolhia uma data que, posteriormente, seria leiloada.

Além disso, foram criados diferentes impostos e taxas sobre a exploração de ouro e demais atividades na região mineradora, como o quinto e a capitação. Um quinto (20%) de todo ouro e diamante extraído deveria ser entregue aos representantes da Coroa e a capitação era uma taxa de cerca de 17 gramas de ouro, cobrada do morador das Minas Gerais pela propriedade de cada escravo com mais de 12 anos de idade. Por fim, em 1719, o rei proibiu a comercialização de ouro em pó e criou as Casas de fundição em Minas gerais. Com isso, os mineradores deveriam enviar todo o ouro para essas casas e lá seria retirado o quinto do rei, o metal seria fundido e transformado em barras. Dessa maneira, ficava mais difícil fugir do pagamento do imposto.
 No entanto, a fiscalização da metrópole nem sempre foi bem recebida pelos colonos, fato que provocou descontentamentos e revoltas. Exemplo disso foi a Revolta de Vila Rica (Ouro Preto), em 1720. Ela teve início quanto um grupo de homens convocou o povo a se rebelar contra as medidas colocadas em prática por Portugal, entre elas, a Casa de Fundição. O movimento foi liderado pelo minerador Sebastião da Veiga Cabral, Manoel Mosqueiro e Filipe dos Santos. Inicialmente o governo recuou na criação da Casa de Fundição, mas apenas para reunir forças para combater os revoltosos. Por isso, na repressão ao movimento, Filipe dos Santos foi enforcado sem julgamento e teve seu corpo esquartejado e pendurado nos postes de Vila Rica. O objetivo da Coroa com tal atitude era deixar claro para os colonos o que acontecia com aqueles que se revoltavam contra o rei, tratava-se de um castigo exemplar.  

Por fim, precisamos destacar as transformações ocorridas, na região das minas e também nas colônias a partir do século XVIII. Uma das mais importantes foi a transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763. O objetivo era deixar o centro da administração colonial próxima da região mineradora. Devemos destacar também a maior ocupação do interior (interiorização) da colônia já que não foi apenas a região de minas que passou a ser mais frequentada, mas também a região de Goiás e Mato Grosso, porque também fizeram parte da atividade mineradora. Não devemos nos esquecer, no entanto, que a ocupação do interior do território também provocou maiores conflitos com as tribos indígenas que viviam nessas regiões, fato que obrigou o deslocamento de diversos grupos nativos, assim como mortes. Podemos destacar também a forte dinamização do comércio interno na região e a ligação da região mineradora com diferentes pontos comerciais da colônia.
 

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Unidade 6 - Cap. 2 - Brasil Holandês

Esse capítulo fecha a nossa avaliação, ok?
Conteúdo: Unidade 6 - cap. 1 e 2

União Ibérica (1580-1650)
Qual a relação entre Brasil, Portugal, Espanha e Holanda?

Os holandeses estavam envolvidos com a produção de açúcar, seja pela realização de empréstimos para os senhores de engenho, seja pelo transporte, comercialização e refino do produto na Europa. Por isso, a Coroa portuguesa tinha muito contatos com Amsterdã e a Antuérpia, grandes centros comerciais e bancários do norte do continente. Essa antiga relação se tornou instável a partir de um determinado acontecimento em Portugal.

Em 1578, o rei português D.Sebastião morre na batalha de Alcácer-Quibir. Logo, o trono português ficou vazia porque o monarca morreu sem deixar herdeiros. Dois anos depois, 1580, teve início a União Ibérica. Com isso, os domínios portugueses passam a ser controlados pela Espanha, inclusive o Brasil. O problema é que Holanda e Espanha estavam em guerra porque os Países Baixos (calvinistas) desejavam a independência dos espanhóis (católicos).

Diante desse quadro, os holandeses passaram a olhar o Nordeste brasileiro como uma importante fonte de renda através da produção de açúcar e um meio de agredir a Espanha. Por isso, há uma relação direta entre a União Ibérica e a invasão holandesa no Brasil. 

Em 1621, os holandeses fundaram a Companhia das Índias Ocidentais (WIC) com o objetivo de comercializar, mas também de promover a ocupação e exploração de colônias na América e na África. Pouco tempo depois, 1624, os holandeses fizeram a primeira tentativa de dominação e atacaram Salvador. Tiveram sucesso por um tempo, mas foram expulsos no ano seguinte. Porém, 1630, houve a segunda tentativa de dominação, dessa vez em Pernambuco (outra região produtora de açúcar), com uma esquadra e forças terrestres muito maiores e equipadas.

E qual era o objetivo dos holandeses no Nordeste brasileiro? Deixar de ser o intermediário no comércio do açúcar na Europa e dominar diretamente a produção e venda do produto e, com isso, aumentar seus lucros. Apesar da constante resistência, em 1637, o domínio holandês no Nordeste brasileiro estava garantido. Com isso, a Companhia das Índias Ocidentais incentivou a retomada da produção de açúcar pelos senhores de engenhos através de empréstimos para a recuperação das unidades destruídas nos conflitos entre os colonos e os holandeses. 

Contudo, em 1640, Portugal consegue se separar da Espanha e dar fim à União Ibérica. Ao mesmo tempo os portugueses iniciaram as negociações com os holandeses para a devolução do Nordeste, já que por guerras Portugal não tinha chances de recuperar esse território. Em razão dessas negociações, em 1641, os portugueses acordaram com os holandeses uma trégua. 

Mesmo assim, devemos lembrar que os tempos eram outros para a produção de açúcar e produto vinha perdendo lucratividade ano após ano e, por isso, os lucros da Companhia das Índias eram cada vez menores. Em razão disso, a WIC passou a cobrar os empréstimos aos senhores de engenhos. Muitos desses colonos produtores não tinham condição de pagar à Companhia e viram no conflito com os holandeses a sua salvação. Teve início, então, a Insurreição Pernambucana (1645-1654) para a expulsão dos estrangeiros. Como podem notar o conflito se arrastou por anos e uniu indígenas, colonos, escravos contra os holandeses que também tinham índios como aliados.
Ao final da guerra os holandeses foram expulsos e direcionaram suas produções de açúcar para as Antilhas (a América Central) e, em pouco tempo, entraram em concorrência com a produção do açúcar brasileiro.

Cronologia
1578: morte de D. Sebastião
1580: início da União Ibérica
1624: primeira tentativa holandesa de dominar o Nordeste
1630: início do domínio holandês no Nordeste
1637: chegada de Maurício de Nassau
1640: fim da União Ibérica
1645: início da insurreição pernambucana
1654: expulsão dos holandeses

Unidade 6 - cap. 1 - A lavoura canavieira

Olá turma,
esse post tratará do primeiro capítulo da nossa prova. Lembrem-se que nossa avaliação abordará os 2 capítulos da Unidade 6.
Vamos lá!


Nas aulas sobre o capítulo 1 conversamos sobre os primeiros anos da colonização no Brasil e como foi montada a administração para garantir a ocupação dessas terras. Quais os motivos que explicam esse desinteresse inicial de Portugal?
- comércio mais lucrativo com o Oriente

Recordem que entre 1500-1530 (século XVI) Portugal estava mais interessado no comércio das especiarias do Oriente, muito mais lucrativo. Porém, reinos como a Espanha e a França também se lançaram na Expansão Marítima e em pouco tempo entraram em concorrência com Portugal nessas trocas comerciais no Oriente e na África e tomaram pontos até então exclusivos dos portugueses. 

E o que motivou a mudança de postura de Portugal?
- A necessidade cada vez maior de ocupação de fato do Brasil para proteger e garantir esses terras contra piratas e contrabandistas.  

Por isso, em 1530, foi organizada e enviada a expedição de Martim Afonso de Sousa com o objetivo de fundar núcleos de povoamento e iniciar o plantio de açúcar. Nesse contexto, em 1532, fui fundada a vila de São Vicente (localizada em São Paulo). Já nesse período a Coroa portuguesa iniciou a distribuição de lotes de terras e exigiam a exploração do território tornando-a produtiva e busca de metais preciosos.

Como se sabe, a expedição não era suficiente para ocupar todo o território. Por isso, em 1543, a Coroa portuguesa adotou um sistema de administração chamado de Capitanias Hereditárias. Por definição, a capitania era uma faixa de terra administrada por um capitão donatário nomeado pelo rei e a partir da denominação das capitanias pode-se deduzir que eram terras que podiam ser transmitidas como herança (hereditárias). O capitão donatário tinha uma diversos poderes, privilégios e deveres, como doar sesmarias, fundar povoações, proibir a venda de terras, tornar a terra produtiva, dentre outros. (Revejam o quadro da página 186).

Dentre as 15 capitanias existentes apenas a de São Vicente e Pernambuco tiveram sucesso por causa do cultivo de açúcar e pelo relacionamento mais pacífico com os indígenas. Esse sistema de administração não deu certo porque cabia ao colono (o donatário) todos os custos e riscos da colonização. Por isso, diversos donatário sequer conheceram suas terras, até mesmo por falta de recursos.

Para solucionar tal questão a Coroa, em 1549, criou o cargo de governador-geral com o objetivo de garantir a colonização. O governador-geral tinha como função organizar a defesa da colônia, garantir os domínio, catequizar os índios, incentivar a produção agrícola e a busca por metais precisos, aplicar a justiça e organizar a cobrança de impostos. O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa e foi o responsável pela fundação da cidade de Salvador que se tornou a primeira capital do Brasil. 

Os engenhos de açúcar

Ainda em 1548, antes mesmo da adoção do governo-geral, a Coroa portuguesa passou a distribuir terras para a plantação de açúcar apenas para aqueles colonos que possuíssem recursos para a construção de engenhos. Revejam, por favor, as páginas 188 e 189 para recordarem como o engenho era complexo, com várias atividades e contava, inclusive, com trabalhadores livres. (Nós fizemos um exercícios sobre isso - página 193, número 3. É interessante revisitarem.)

Apesar de existirem trabalhadores livres e que recebiam um salário por sua atividade, a regra não era essa, pois era muito mais comum o uso do trabalho escravo. A primeira opção era a escravização do índio, mão de obra mais barata porque bastava capturá-lo. Porém a resistência a escravidão indígenas tornou-se cada vez maior a partir das constantes fugas do índios, profundos conhecedores dos territórios, e as constantes guerras entre as tribos. Além disso, havia o crescente trabalho de conversão dos indígenas pelos jesuítas e a consequente proibição desse trabalho escravo e a criação de leis que proibiam o uso do nativo. A escravização indígena era possível apenas pela guerra justa.

Essas proibições ao trabalho escravo indígena explicam a preferência pelo trabalho escravo do africano. Esse modelo já era aplicado nas ilhas portuguesas do Atlântico na produção de açúcar e o comércio de escravos era fonte de dinheiro para a Coroa portuguesa, porque todos os navios negreiros deveriam pagar uma taxa de embarque para Portugal.

A escravidão indígena foi mais comum nas regiões mais distantes do litoral porque era extremamente difícil e caro levar escravos para o interior do território.

Cronologia
1500-1530: período de pouco colonização
1530: expedição de Martim Afonso de Sousa
1543: formação das Capitanias Hereditárias
1549: adoção do Governo-geral 

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Unidade 7 - Capítulo 2 - Indígenas e portugueses

Esse post fecha a matéria da av2 minha gente.
Unidade 7 - cap. 1 - choques de culturas: índios e europeus
                   cap. 2 - Indígenas e portugueses

Quando os portugueses chegaram ao Brasil estimasse de 3,5 milhões à 5 milhões de indígenas, com diferentes hábitos e línguas ocupavam a região. Os estudos sobre esse momento e, mesmo anteriores ao início da colonização, estão em constante avanço e utilizam diferentes estratégias para obter conhecimentos sobre esse contexto. Por exemplo, a cultura material, encontradas por arqueólogos, que sobreviveu ao desgaste do tempo, os relatos produzidos pelos colonizadores e mesmo as línguas indígenas nos ajudam entender esses povos.
Vimos que todos os residentes dessas terras foram chamados de índios. e os europeus ignoravam as suas características específicas de cada grupo aqui existente. À medida que a colonização foi desenvolvida, surgiram diferentes classificações para denominar os indígenas, mas ainda assim de modo impreciso. O melhor modo de nomear os índios atualmente é através da língua falada por eles. Existem duas vertentes linguísticas importantes, a tupi e o macro-jê.

Os tupinambás, por exemplo, é um povo falante da língua tupi
por exemplo, é um povo falante da língua tupi e há relatos importantes, datados do século XVI, sobre os tupinambás. Uma das principais características que estudamos sobre eles é a realização do ritual antropofágico, ou seja, o sacrifício e consumo da vítima. 
O constante estado de guerra no qual os tupinambás viviam com as demais tribos tinha um importante objetivo por trás. A ideia não era tomar os territórios inimigos ou seus bens materiais e sim, vingar os seus mortos em conflitos passados. Em caso de algum inimigo capturado, ele seria destinado ao ritual e a ideia da antropofagia era apaziguar o espírito dos parentes mortos e adquirir as qualidades do índio sacrificado.
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Em abril de 1500, a esquadra de Pedro Álvares Cabral, com destino às Índias, aporta na região onde hoje está localizada a cidade de Porto Seguro com o objetivo de constatar a existência de terras ao sul. Entre 1500 e 1530 a presença portuguesa no Brasil esteve interessada praticamente no pau-brasil, conhecida e utilizada pelos europeus para a fabricação de móveis e extração de tinta já há alguns séculos. A extração da madeira era feita, em determinadas regiões, pelos indígenas, levadas até as feitorias portuguesas para dali serem embarcadas nos navios. É importante lembrar que o comércio do pau-brasil era feito por escambo, logo, havia a troca de mercadorias entre índios e portugueses. 

Nesse período inicial da colonização a convivência entre portugueses e indígenas era pacífica. Essa situação se alteraria a partir de 1530, quando Portugal decidiu, de fato, ocupar o território Os ataques de ambos os lados eram cada vez mais frequentes, mas os colonos portugueses, fizeram uso da guerra justa para atacar e escravizar os índios. Tal recurso era utilizada para a defesa dos colonos, como era um dos únicos meios permitidos pela coroa portuguesa para a atacar os índios e essa investida contra eles era permitida apenas em casos de ofensiva indígena e de recusa à conversão ao catolicismo. 
Logo no início da colonização a escravização dos índios foi muito comum. Porém, ela foi cada vez mais combatida por diversos motivos, como a elaboração de uma lei que proibia o uso de mão escrava indígena ou pelo trabalho cada vez mais constate dos padres jesuítas da Companhia de Jesus empenhados em converter os índios nas missões jesuíticas. Nesses locais, os padres tinham por objetivo ensinar a fé católica, ensiná-los a ler e escrever assim como introduzir valores europeus aos indígenas. 
Não podemos esquecer, no entanto, que estar nas missões não era uma garantia para não ser escravizados, pois foram constantes o ataque de bandeirantes contra essas missões em busca de mão de obra. Os bandeirantes eram habitantes da região de São Paulo e organizavam expedições para capturar indígenas e, além disso, procurar por metais preciosos como o ouro.

Unidade 7 - capítulo 1 - choque de culturas

Olá turma,
esse é o primeiro post para a nossa av2, ok? Sobre a conquista espanhola na América.

Cristóvão Colombo chegou o continente em 1492, mas o processo de colonização pelos espanhóis começaria a partir de 1520. Hernán Cortez aportou na parte norte da América, próximo aos astecas e, em pouco tempo atingiu o território ocupado por eles. Os espanhóis instalaram-se entre essa civilização indígena e adquiriu conhecimentos sobre o comportamento, os costumes dos astecas assim como as desavenças e alianças estabelecidas entre os diferentes grupamentos indígenas.

Em 1520, os espanhóis atacaram a capital asteca Tenochtitlán junto com índios inimigos desta tribo e em 1521 a cidade foi destruída e em seu lugar foi erguida a Cidade do México, incorporada como vice-reino da Nova Espanha.

Pouco tempo depois, em 1528, Francisco Pizarro chega à região do Império Inca e encontrou a civilização em disputa pelo poder de quem ocuparia o trono. A disputa interna na qual se encontrava os incas enfraqueceu as suas resistências diante do avanço espanhol e em 1533, a capita Inca, foi completamente dominada. Após o controle espanhol a região tornou-se o vice-reino do Peru e tinha como capital a cidade de Lima.

Como é possível explicar a conquista espanhola sobre as regiões? Quais fatores podem explicar esse acontecimento?
De início, pode-se dizer que os espanhóis tiveram a habilidade de fazer uso de problemas que já existiam antes mesmo de sua chegada, como o caso da aliança dos espanhóis com tribos inimigas dos astecas ou o caso inca que já se encontravam em disputa pelo poder. Além disso, devemos lembrar também do choque biológico a partir das doenças trazidas pelos espanhóis que mataram vários índios e da superioridade bélica dos espanhóis que possuíam armas de fogo, espadas e armaduras. 

Uma vez estabelecida a ocupação era necessário montar os mecanismos de exploração colonial. Como já visto, a Espanha dividiu os territórios conquistados em vice-reinos e nomeou funcionários espanhóis denominados de vice-reis para governá-los. Lembrem-se que um dos objetivos da colonização era a busca e extração de ouro e prata. A prata foi rapidamente encontrada e em abundância nesses territórios, principalmente em Potosí, na Bolívia. A autorização dessas minas era dada pelo rei e em troca exigiam o pagamento do quinto (20% de tudo produzido era destinado ao reino) e constituiu uma das principais fontes de recurso da Espanha. Para melhor controlar e fiscalizar as trocas comerciais a coroa espanhola elaborou também o sistema de porto único e de acordo com esse esquema poucas viagens eram feitas entre a colônia e a metrópole e apenas algumas cidades estavam autorizadas a ancorar esses navios, como Sevilla na Espanha e Cartagena, na Colômbia. 
Lembram do pacto colonial? Então. A estratégia do porto único é um dos meios de tentar estabelecer uma exclusividade de trocas entre colônia e metrópole e reduzir os possíveis desvios de mercadorias e trocas com outros reinos.

E quem trabalharia nesse novo contexto? Assim que a colonização teve início começaram também as expedições de apresamento de índios para a escravização, apesar da condenação da Igreja Católica a tal prática. Principalmente contra aqueles que encontravam-se nas reduções. 
Além disso, devemos destacar o uso da mita e da encomienda como forma de trabalho sobre os índios livres. Há, porém, diferenças entre a mita inca e a indígena. Entre os incas, a mita era um trabalho obrigatório realizado por alguns meses e entre os espanhóis, essa forma de trabalho foi transformada em um trabalho obrigatório permanente. Por sua vez, na encomienda o colono tinha a autorização de utilizar os indígenas nas fazendas ou mina por determinado tempo e ficava responsável pela instrução deles, assim como da sua manutenção, proteção e conversão dos índios. O que nem sempre acontecia.

É isso! 

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Unidade 6 - Capítulo 3 - As instituições da Europa Moderna

Esse é o post final do conteúdo av1 minha gente.

Os últimos conteúdo que estudamos, como a Expansão Marítima, o Renascimento, as Reformas Religiosas e a centralização do poder real acontecem todos ao mesmo tempo. Falta escrever sobre o fortalecimento do poder do rei. 
Isso não é exatamente uma novidade porque já vimos isso quando estudamos, ainda no século XIII a formação do primeiro reino europeu: Portugal. Nos outros reinos, como Espanha, França e Inglaterra esse fortalecimento do poder régio e a formação de um reino acontece ao longo do século XIV, XV e XVI. Vocês devem lembrar que estamos saindo da Idade Média e entrando na Idade Moderna. Até então vimos que os reis, quando existiam, concorriam com o poder dos senhores feudais, por outro lado, na modernidade, o que estudamos é justamente o aumento do poder dos monarcas e o controle maior em relação aos senhores feudais. 
Nesse processo foi fundamental a participação de três grandes protagonistas: o rei, a nobreza e a burguesia. O rei era o responsável por dirigir o reino, a nobreza está sempre próxima do poder porque o próprio monarca é um nobre e, por fim, a burguesia. Os burgueses tem interesse em apoiar o aumento do poder do rei em relação aos senhores feudais porque isso auxiliaria nas suas atividades econômicas já que uma vez formado um reino os burgueses teriam que pagar apenas os impostos do rei, seguiriam as leis estabelecidas por ele e usaria a moeda que teria o valor por todo o reino. Enfim, apoiar o monarca era bom para os negócios! Em contrapartida, o rei tinha total interesse em receber o apoio da burguesia porque eram os impostos pagos por ela que abastecia os cofres do reino e possibilitariam a formação de um Exército para a defesa do reino e a contratação de funcionários os assuntos burocráticos.
Desse processo de centralização do poder real surge o Absolutismo, ou seja, uma forma de governo na qual o rei tem vastos poderes em diversos assuntos, como a decretação de impostos, elaboração de lei, aplicação da justiça, dentre outros. No absolutismo o poder do reis é praticamente ilimitado.
Ao estudarmos isso, precisamos abordar também o mercantilismo
O mercantilismo era forma como a economia dos reinos absolutistas funcionavam. As principais práticas de modelo econômico eram:
- metalismo: os reinos deveriam acumular a maior quantidade de ouro e prata possível.
- protecionismo: o comércio do reino deveria ser protegido da concorrência do produtos dos outros reinos.
- balança comercial favorável: os reinos deveriam vender mais do que comprar
- colonialismo: obter e manter colônias.
As colônias faziam todo o sistema funcionar. Porque era delas que vinham as quantidades de ouro e prata obtidas pelos reinos, como Espanha e Portugal. Além disso, através do Pacto Colonial as metrópoles (como Portugal) buscavam restringir o comércio da colônia com outros reinos, garantir a venda de seus produtos e controlaria também tudo o que era produzido pela colônia. 
Supostamente era assim que deveria funcionar o pacto. Contudo, na prática o pacto colonial e o colonialismo tinha muitas dificuldades para se manter porque não foram raros os casos da colônia mantendo uma produção de diversos produtos para seu próprio sustento e a comercialização de produtos entre as próprias colônias sem que as metrópoles controlassem esse comércio.

É isso! Bons estudos!!

Unidade 6 - Capítulo 2 - Reformas religiosas

Olá turma,
essa é a segunda parte do conteúdo.

No capítulo 2 estudamos como ocorreu o nascimento das religiões protestantes ou evangélicas na Europa, ainda no século XVI. Na realidade, os religiosos críticos a certas práticas da Igreja Católica não tinham a intenção de criar novas religiões, mas diante das posições da igreja a ruptura tornou-se praticamente certa. 
Mas que críticas eram essas contra Igreja?

Nesse momento da história vemos a Igreja extremamente envolvida em disputa de poder com os reis. Não esqueçam que nesse mesmo momento vários reinos, como Espanha, França e Inglaterra, estão em processo de formação ou consolidação dela e, por isso, havia uma disputa de poder entre os reis e o papa porque os monarcas buscaram limitar o poder dos papas impedindo a cobrança de impostos religiosos ou aprovando a nomeação de religiosos feitas pelo papa. Além disso, alguns religiosos criticavam o enorme envolvimento da Igreja com questões materiais como a disputa por terras e as demonstrações de riquezas para afirmar o seu poder.
Um dos religiosos extremamente críticos à Igreja foi o monge alemão Martinho Lutero. Ele era contrário à venda de indulgências (perdão) promovida pela igreja para custear a construção da Basília de São Pedro (localizada no Vaticano). Para Lutero, não era possível que as pessoas comprassem o perdão dos pecados e, com isso, obtivessem a salvação das suas almas. Segundo o religioso, as pessoas conseguiriam a salvação das suas almas apenas pela fé.  Por outro lado, a igreja considerava que um dos meios de obter a fé era praticas as boas ações, as boas obras. Temos aí mais um ponto de atrito entre Lutero e a Igreja. 
A ruptura entre Lutero e a Igreja Católica acontece quando o papa obriga o monge alemão a se retratar e defender a as ideias da igreja sobre salvação e sobre a venda  do perdão. Diante da negativa de Lutero em rever suas posições, do apoio de nobres e burgueses às suas ideias e da consequente excomunhão feita pelo papa contra Lutero surgia, então, o luteranismo.
E quais as outras ideias defendidas por Lutero além da salvação pela fé?
Ele defendia a livre interpretação da Bíblia e não apenas o papa. (Lutero traduziu o texto sagrado do latim para o alemão com o objetivo de atingir o maior número de pessoas possível e não apenas aos religiosos.) Lutero também rejeitava a necessidade de um clero (um padre, por exemplo) para mediar a relação entre os fiéis e Deus. Além disso, eliminou o culto dos santos e das imagens.

Devemos lembrar que não foi apenas o luteranismo que surgiu diante dessa ruptura. Na região da Suíça desenvolveu-se o calvinismo. Essa religião é uma vertente do protestantismo e surgiu a partir do luteranismo. De acordo com João Calvino, a salvação não pode ser conquistada porque, na verdade, as pessoas estavam predestinadas ou não e na sua concepção a fé e a prosperidade econômica eram sinais de que a pessoa havia sido escolhida por Deus.

A Igreja Católica precisava reagir diante do avanço das religiões protestantes e tomou uma série de medidas para combater o crescimento do luteranismo e do calvinismo. Uma delas foi a formação da Companhia de Jesus, em 1534. Os membros da companhia, chamados de jesuítas, tinha por objetivo percorrer o mundo para espalhar a fé católica e converter os povos não cristãos para aumentar o número de fieis. (Lembrem que ao mesmo tempo está ocorrendo a Expansão Marítima e, por isso, a atuação dos jesuítas ocorrerá na América, na África e na Ásia). 
Além da formação da companhia, a Igreja Católica organizou o Concílio de Trento (1545-1563). O concílio foi uma reunião de autoridades religiosas católicas com a presença do próprio papa para elaborar estratégias visando combater o avanço protestante e reorganizar o catolicismo. E quais as medidas tomadas pelos religiosos no concílio?
- manteve a autoridade do papa 
- manteve a reza das missas em latim
- manteve o celibato (não podem casar) para o religiosos
- elaborou-se o catecismo
- fundação de seminários para formar melhor os religiosos
- criou o Index - uma lista de livros proibidos para os católicos
- reforço do Tribunal do Santo Ofício (ou a Inquisição): para julgar os católicos que desviassem da religião.

De Reformas Religiosas é isso!

Unidade 6 - Capítulo 1: Renascimento

Olá olá
esse é o primeiro post da av1
O conteúdo é toda a unidade 6: Renascimento, Reformas e Instituições da Europa Moderna
Não esqueçam!!

O que é o Renascimento ou Renascimento cultural?
O Renascimento acontece na virada da Idade Medieval para a Moderna (século XIV) e marca uma mudança significativa na mentalidade da sociedade europeia e na maneira como as pessoas liam o mundo.
Existem três conceitos básicos no estudo do Renascimento: o humanismo, o antropocentrismo e o racionalismo.
O humanismo, desenvolvidos por pensadores, buscava a valorização do ser humano. Um ser capaz de raciocinar, de realizar, de conquistar; um ser que tem possibilidades de destino e capaz de realizar escolhas. Isto nos leva ao antropocentrismo. Ideia que afastava valores religiosos medievais e que considerava o destino dos humanos não dependia de Deus. Quer dizer, é uma substituição da ideia teocêntrica de que Deus está no centro do universo e da vida das pessoas, enquanto o antropocentrismo coloca o ser humano como o grande protagonista de sua existência. Há, por fim, o racionalismo como forma de pensamento e método de observação nas pesquisas cada vez maiores nas diversas ciências.

Exemplificamos esses três conceitos de diferentes formas. Para vermos o racionalismo em prática, podemos olhar para a Física já que foi no período do Renascimento que desenvolveu-se a teoria de que a terra não era o centro do universo, como defendia a Igreja Católica pelo geocentrismo, e sim, o Sol era o centro do universo (heliocentrismo) e planetas que giravam ao seu redor. Essa conclusão foi possível a partir da aplicação do racionalismo, de cálculos, observação e pesquisas.

Além das ciências, as artes  também compõem um excelente meio para entender o Renascimento porque o humanismo aparecerá com muita força nas pinturas e esculturas porque as figuras humanas serão representadas da maneira mais real possível (Lembram da escultura de Davi de Michelangelo?) Há também a presença do racionalismo porque os artistas precisavam observar e estudar a forma do corpo humano pela Anatomia para conseguir realizar representações reais assim. Não podemos esquecer que serão retomadas várias características inspiradas na cultura greco-romana, como a mitologia. 
Recordem das imagens que vimos em sala, como a "Mona Lisa" e "Ultima Ceia" de Leonardo da Vinci. A escultura de "Davi" feita por Michelangelo ou as pinturas da "Capela Sistina" no Vaticano e "O Nascimento de Vênus" de Sandro Botticelli. Todas essas obras apresentam características do Renascimento, como a representação de figuras mitológicas gregas, a quase perfeição da representação da figura humana, e claro, o enorme destaque dado para a mesma.

Faltou apenas relembrar o papel dos mecenas, ou seja, dos comerciantes e banqueiros (os burgueses) que patrocinavam ou encomendavam as obras de artes 

Até!

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Unidade 5 - Capítulo 2 - Expansão comercial e marítma europeia

Olá,
esse post fecha o conteúdo da av2.

Se o século XIV foi o momento que o feudalismo entrou em crise, o século XV tornou-se um novo momento de expansão, mesmo sobre os efeitos dos problemas do período anterior. Os europeus estavam em busca das especiarias introduzidas no continente, principalmente, pelas cidades de Gênova e Veneza, vendida pelos árabes aos italianos. 
O quais produtos interessavam? A seda da China, a porcelana do Japão e as tão conhecidas especiarias, como canela, pimenta, mostarda, dentre outros. 
Nesse mesmo contexto, a Europa ainda era afetada pela crise do século XIV com escassez de alimentos, alta dos preços e a falta de metais preciosos (ouro e prata).

E quem foi o pioneiro nesse processo? Quem foi o primeiro?
Portugal
E por que?
a) Lembrem, mencionei que a centralização política em torno do rei  desde a Revolução de Avis ou, em outras palavras, a formação do Reino (Estado) de Portugal em torno do rei foi fator importante. Em teoria, todo o território entrou sobre o domínio de um mesmo senhor e, mais do que isso, era preciso de um Estado (reino) e um rei para organizar as diversas expedições que eram extremamente complexas e caras. Além disso, Portugal não estava envolvido em guerras, como a Inglaterra e a França, mergulhadas na Guerra dos Cem Anos.
b) A existência de uma burguesia que enriqueceu em função do comércio entre o mar Mediterrâneo e o mar do Norte e que estava acostumada a abastecer os navios que paravam em Lisboa. Além disso, o rei d. João I recompensou os comerciantes que o apoiaram na Revolução de Avis e atendeu a interesses comerciais, formando assim, uma aliança entre o rei e a burguesia.
c) Como consequência do fato de Lisboa ser um ponto de parada nessa rota comercial, a cidade recebia muitos navios e marinheiros, o que possibilitava a troca de informações entre os navegantes e os portugueses. Não se esqueçam que a atividade pesqueira era muito comum antes mesmo da unificação portuguesa.
d) favorável posição geográfica de Lisboa – voltada é para o Atlântico

 Esses fatores nos explicam os motivos de Portugal ter sido o primeiro reino a lançar-se em mar aberto em busca das especiarias das Índias. Porém, tentei chamar a atenção de vocês para o fato de que essa expansão foi gradual (aos poucos), ou seja, foram necessários vários anos para conseguir contornar a África e chegar às Índias.
A primeira região tocada pelos portugueses foi a cidade de Ceuta, no Marrocos. A região era rota de passagens das caravanas comerciais e, ao mesmo tempo, atendia aquele espírito das cruzadas de para levar a fé católica para um domínio muçulmano.
Ao longo das décadas de 1440 e 1480 foram realizadas várias navegações marítimas pela costa do continente africano, em busca de produtos como o marfim, o ouro e escravos. Em 1488, Bartolomeu Dias contornou o extremo sul do continente e o Cabo das Tormentas foi renomeado para Cabo da Boa Esperança, pois era possível, de fato, contornar a África para chegar às Índias. Contudo, a navegação definitiva para a região aconteceria apenas em 1498, com o navegador Vasco da Gama.
 
No mesmo século a Espanha também se lançou na expansão marítima. Porém, os espanhóis apostavam ser possível atingir as Índias navegando pelo Ocidente e sem contornar a África. A consequência mais conhecida desse pensamento foi a "descoberta" da América, por Cristóvão Colombo, em 1492. Além disso, foram também os navegadores espanhóis os primeiros a navegar em torno da Terra (circunavegação) com Fernão de Magalhães e Sebastião El Cano.

E o que podemos citar como consequência das navegações? A partir das viagens cada vez mais constantes, o continente americano e africano foram integrados a outras rotas comerciais. Tanto Portugal, como a Espanha passaram a figurar ao longo do século XVI como grandes potências. Quando foi possível o contato direto com a Índia o comércio mediterrânico deslocou-se para o Atlântico e as cidades italianas perderam o monopólio (exclusividade) comercial das especiarias. Por fim, após a descoberta da prata em territórios colonizados pela Espanha, estava resolvida o problema da falta de metais na Europa.

É isso!
Bons estudos!

Unidade 5 - Capítulo 1 - Mudanças na Europa Medieval

Olá olá olá
Turma, esse é o primeiro post da nossa av2, ok?

No final do século X e a partir do XI a Europa passou por intensas transformações no campo. Primeiro podemos destacar as mudanças ocorridas na agricultura com relação aos instrumentos utilizados e a própria prática agrária. Desenvolveu-se a charrua, um arado que revolvia a terra de modo mais profundo e melhorava a fertilidade do solo, os arreios para atrelar (prender) os animais aos arados e outros instrumentos foram postos ao longo do corpo do animal, permitindo maior tempo de trabalho dos animais. Por fim, houve a adoção da rotação trienal das culturas. Esse método estabelece a divisão da terra em três partes, duas delas recebiam colheitas diferentes e a terceira parte era deixada em pousio (sem nenhuma colheita). Na período seguinte da plantação fazia a rotação entre os três lotes. (Revejam a página 108)
E qual foi a consequência disso? A maior diversidade alimentar porque era possível cultivar duas colheitas ao mesmo tempo e, em decorrência disso, a maior disponibilidade de alimentos. Com mais comida disponível, houve aumento da população.
O aumento da população, por sua vez, provocou o excessivo povoamento dos feudos. Não havia terras para todos os nobres, assim como faltava terras para os camponeses. Por isso, as disputas entre os senhores feudais se intensificaram. Ao mesmo tempo a Igreja Católica passou a incentivar as Cruzadas, expedições militares organizadas pela instituição com o objetivo de expulsar os muçulmanos que haviam dominado a cidade de Jerusalém. Além disso, o objetivo das Cruzadas era aliviar as tensões entre os senhores feudais, por isso, a Igreja elaborou justificativas para envolver os nobres nessas organizações. Segundo a igreja, aqueles que se envolviam nas Cruzadas tinham seus pecados perdoados e, se morressem, esses nobres certamente iriam para o céu. (Revejam o quadro da página 109)

E o que as Cruzadas trouxeram? Apenas a Primeira Cruzada teve sucesso em seu objetivo e reconquistou Jerusalém que pouco tempo depois retornou ao domínio muçulmano. Por outro lado, essas expedições aceleram as trocas comerciais e de manufaturas, assim como incentivou o crescimento de uma nova camada social. Em função disso, esses movimentos militares, conseguiram dar maior controle do comércio realizado no mar Mediterrâneo aos europeus, principalmente, para as cidades italianas de Gênova e Veneza. Além disso, a revitalização do comércio trouxe também a revitalização das cidades e o surgimento dos burgos, ajudado pelo crescimento populacional proveniente da agricultura

As Cruzadas também aconteceram dentro da Europa através das guerras de Reconquista nos territórios que hoje correspondem à Portugal e Espanha com o objetivo de expulsar os muçulmanos da Península Ibérica. Aliás, é a partir desses conflitos que surge o reino português. D. Henrique de Borgonha participar dessas batalhas recebeu como recompensa do rei de Leão e Castela o feudo Condado Portucalense. Seu filho, Afonso Henriques, cortou o laço de vassalagem e declarou-se rei em 1139 (século XII). Em 1147 estava concluída a expulsão dos muçulmanos e estava formado assim, o Reino de Portugal. 
Trata-se do primeiro reino europeu formado a partir de uma monarquia centralizada, ou seja, um rei que teoricamente deveria ter mais poder que os demais senhores feudais. Elaborou-se também uma administração do monarca para controlar o reino, assim como a criação de impostos régios.

No entanto, todo esse desenvolvimento no cenário europeu encontrou um forte obstáculo no século XIV. Consideramos esse momento como a crise do feudalismo, motivado por 3 acontecimentos diferentes. A Guerra dos Cem Anos, a peste e a fome. 
Guerra dos Cem Anos (1337-1453): travada entre a Inglaterra e a França em disputa ao trono francês, ocorrida, principalmente, norte da França. A guerra contribuiu também para a o processo de centralização política em torno de um rei, principalmente na França, porque muitos nobres morreram, assim como seus herdeiros, nos campos de batalha. O rei francês, por sua vez, aproveitava esses acontecimentos para agregar os feudos aos seus domínios.
Peste Negra: doença trazida do leste europeu através dos navios comerciais de Veneza, ou seja, a peste está relacionada com o aumento das trocas comerciais europeias com outras partes do mundo. Atingiu fortemente quase toda a população europeia e afetou, em especial, o meio urbano, pois viviam um momento de crescimento populacional, o que não quer dizer que não houve consequências para aqueles que estavam no campo. A peste seguia as rotas comerciais.
Fome: A fome surgiu a partir da expansão das áreas agrícolas sobre terras com pouca fertilidade para conseguir abastecer a população europeia que não parava de crescer. A abertura de novas áreas para agricultura provocou alterações climáticas que, por sua vez, afetaram a produtividade das terras. Além disso, a fome foi reforçada pela guerra e pela peste negra, pois ambos tiraram a vida de muitos camponeses e diminuiu a disponibilidade de mão de obra. Com isso, os impostos cobrados pelos senhores aos camponeses restantes tornaram-se mais pesados, assim como tornou-se mais comum a cobrança de tributos em dinheiro. A maior pressão dos senhores sobre os trabalhadores rurais ocasionou diversas revoltas por várias regiões do continente.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Unidade 4 - O mundo americano

Turma,
esse é o segundo e último post da prova
Conteúdo: Unidade 3 - O mundo africano
                 Unidade 4 - O mundo americano

A unidade 3 é o que escrevi no blog. O livro tem muita coisa e priorizei apenas algumas partes.
Vamos lá.

Maias
início do desenvolvimento da civilização: século IV a. C e a partir de 250 d.C os maias se espalharam por várias regiões da América Central. 

Os maias nunca formaram um governo único, por isso, suas cidades eram autônomas, assim como seus centros cerimoniais. Esses locais reuniam os templos em forma de pirâmide, as residências dos governantes, monumentos e as praças para as celebrações coletivas. As cidades eram utilizadas, principalmente, para a celebração de festas e para o comércio. 
Sem diferença de qualquer outra sociedade, havia uma hierarquia entre os governantes, os sacerdotes e os agricultores. Aliás, todas as sociedades que estudamos até agora são agrícolas. Quer dizer que dependem do campo para sobreviver.

Astecas

período: século XIII
1325: fundação de Tenochtitlán

Os registros apontam para uma cidade Tenochtitlán bem organizada, com ruas largas, mercados, palácios e bem abastecida por um aqueduto. A escrita deles não foi plenamente desenvolvida, pois utilizavam um conjuntos de imagens e símbolos para expressar uma ideia ao invés de palavras. Assim como os maias, desenvolveram um calendário para dividir o tempo e organizar a vida em sociedade.

A sociedade asteca era extremamente hierarquizada, divida entre o imperador, os sacerdotes e os nobres. Além disso, a sua religião era politeísta, logo, cultuava vários deuses.

Incas

Os incas ocuparam territórios da América do Sul no final do século XIII e a sociedade criada nessa localidade existiu até a chegada dos espanhóis, no século XVI.
O imperador recebia o título de Inca e era visto como um deus.
Uma das principais características da economia inca a sua agricultura. As terras conquistadas eram divididas em três partes: uma parte para os sacerdotes, outra para o imperador e, por fim, para os camponeses. A mita era importantíssima nessa sociedade e tratava-se de uma divisão do trabalho obrigatório temporário para todos os homens. Diferentes tarefas poderiam ser desenvolvidas por esse sistema de trabalho como o cultivo das terras, a construção e manutenção de templos, dentre outros aspectos.

É isso!

Unidade 3 - O mundo africano - Capítulo 1 e 2

Olá pessoal,
essa é a primeira parte do conteúdo.
Caso olhem no livro vocês verão que ela é dividida em capítulo 1 e 2. Juntei ambos aqui e fiz apenas um texto, ok?
Não esqueçam que destacamos algumas informações no caderno também.

Na Unidade 3 estudamos alguns reinos africanos em um determinado período. 
No capítulo 1 nós estudamos Gana, Mali e Songai. Trata-se de reinos que estão localizados no limite do deserto e na região do Sahel, na "borda" do deserto do Saara. e a floresta tropical. Nessa região a influência há forte do Islamismo, mas mesmo assim foram mantidas práticas culturais e religiosas existentes antes da presença dessa religião. 

Havia também fortes trocas entre o Sahel e o norte da África atravessando o deserto. Trata-se das rotas transaarianas ou caravanas que comercializavam sal, ouro, marfim, panos de algodão, dentre outros produtos. 

Reino de Gana
período: século IV e XIII
localização: oeste da África
formado a partir da ligação entre as rotas comerciais e o comércio de ouro.  

Gana ficou conhecido como o "reino do ouro", mas havia também negociações constantes para o marfim e os escravos. No século VII, Gana tornou-se a principal potência econômica e militar da região que estudamos, a África Ocidental. Apenas no século XI, através de uma jihad, o reino foi dominados por muçulmanos. Somente em 1240 haveria uma reunião dos domínios novamente para a formação do Império Mali.

Império Mali
As informações que temos do Império Mali, assim como dos outros reinos, são obtidas através das fontes escritas deixadas pelos árabes que circulavam pela religião. No caso do Mali existem também os griots. Eles são contadores de histórias e são encarregados de preservar a história do reino para as gerações futuras. Em geral, as sociedades africanas foram muito mais voltadas para a tradição oral do que a escrita. Por isso, devemos ter o cuidado para não pensar que eram inferiores porque não produziram uma escrita. Se pensarmos assim seremos etnocêntricos, ou seja, analisaremos e julgaremos a cultura diferente da nossa e de outra pessoa a partir da nossa própria cultura. Cometeremos um erro nos nossos estudos!

Voltando ao Mali...
localização: antigos domínios do reino de Gana
De acordo com os relatos dos griots, o reino foi fundado por Sundiata Keita, em 1235 (século XIII). 

Os principais produtos comercializados eram o sal, o ouro, o cobre e a noz-de-cola. Havia, ainda, os produtos agrícolas e as pastagens.

A conversão de Sundiata Keita para o Islamismo contribuiu para a integração do Império no circuito comercial islâmico porque o reino tornou-se uma ligação entre o norte do continente e o mar Mediterrâneo.

Apesar de sua riqueza, o império entrou em declínio no século XV por causa dos constantes ataques e outros grupos e, em torno de 1470, o Mali tornou-se um domínio do povo Songai.

Império Songai 
Comandado por Sunni Ali (1440-1493) a partir de 1464, século XV. A riqueza do Songai era baseada, assim como o Império Mali, no comércio de ouro, noz-de-cola, sal e escravos. Aliás, os cativos eram vendidos para várias regiões para fora do continente. Boa parte do desenvolvimento ocorreu a partir do aprimoramento do sistema de coleta de impostos elaborado pelo Império Mali e esse crescimento ocorreu até o século XVI. A partir desse momento houve o agravamento de conflitos internos, problemas climáticos e invasões de exércitos.

Capítulo 2
Turma,
Sobre o capítulo 2 deem atenção especial para o Reino do Congo, o comércio entre africanos e europeus e a escravidão africana (organizamos algumas informações sobre este ponto no caderno. Revisitem!)

Reino do Congo

Em torno do século XIII houve a ocupação da região banhada pelo rio Congo e atualmente estão localizados os territórios de Angola e da República Democrática do Congo.
No século XV o reino já estava formado e era liderado pelo manicongo, o Senhor do Congo e na segunda metade desse mesmo século existia um exército devidamente organizado, funcionários do reino para cobrar impostos e ampla atividade comercial.
A partir das relações com o reino de Portugal ocorrem profundas mudanças no Congo. Comercialmente, os congoleses ofereciam escravos em troca de armas de fogo, pólvora, fumo, ferramentas, dentre outros objetos. Além disso, o manicongo se converteu ao catolicismo. O seu objetivo era garantir as trocas comerciais com os portugueses e obter mais poder contra os demais chefes políticos do Congo que disputavam o poder no reino.

Revejam, por favor, o livro (página 77) sobre "A escravidão na África".
Esse quadro trata de uma questão da prova.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Unidade 2 - Capítulo 2 - Impérios do Oriente

Turma,
com esse post fechamos a av2.
Conteúdo: Unidade 2 (cap. 1 - Islã e cap. 2 - Impérios do Oriente)

Na semana passada conversamos sobre vários impérios e alguns deles tiveram alguma relação com o Islã. Nesse texto não escreverei apenas aqueles que estarão na avaliação. 
Vamos lá!

O primeiro deles foram os seljúcidas. 
Os seljúcidas são turcos e quando se converteram aos islamismo colocaram em prática um processo de expansão de seus territórios e, entre os séculos XI e XII, conquistaram regiões que abrangem a Síria, Irã, Iraque e todo o território que deu origem à Turquia. No século XIII houve a fundação de uma nova dinastia denominada de otomana, para governar a região. A partir daí os domínios foram renomeados para Império Otomano. (Cuidado, os seljúcidas precederam os otomanos)

Com a conquista de Constantinopla (hoje Istanbul, na Turquia) em 1453 a antiga capital, Edirne, foi transferida para a cidade recém controlada. A extensão dos territórios sob domínio do Império Otomano é gigantesca e compreendeu o norte da África, para do Oriente Médio (como a Palestina), praticamente toda a Mesopotâmia, todo o território turco e parte do Lesta da Europa (como Grécia, Bulgária, Romênia, dentre outros). O Império Otomano teve uma existência longuíssima, pois existiu por mais de sete séculos e chegou ao fim somente em 1923.
Vejam os domínios do império na página 51

Os seljúcidas e os otomanos estavam localizados entre a Europa e Ásia e, principalmente, no Oriente Médio. Porém, outros impérios que vimos foram muito mais voltados para a Ásia, como o de Genghis Khan e a dinastia Yuan, na China. 
Genghis Khan iniciou suas conquistas em 1206 e ocuparam algumas regiões da Europa, mas sobretudo a Ásia, e mesmo após a sua morte, em 1227, os domínios foram ampliados e formaram o Império Mongol. Esse império estimulou os contatos comerciais com diferentes regiões, como a Pérsia, a Arábia, com os italianos, dentre outros. Porém, o contexto na China, - grande produtora de arroz e trigo - não era muito favorável e, naquele momento, estava marcado por empobrecimento da população e de altos impostos, o que provocava fugas. Nesse contexto, houve a rebelião de chineses e expulsaram os mongóis de cidades como Beijing (Pequim), fato que deu início à dinastia Ming


Torço por uma boa prova, alunos. Já adiantei como a avaliação vira, então, leiam várias vezes tudo que vocês puderem, livro, blog ou ambos.