quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Unidade 9 - cap. 1 - O século do ouro






Desde o inicio da colonização, no século XVI, os portugueses procuravam metais e pedras preciosas nas terras brasileiras. Somente no final do século XVII, os bandeirantes paulistas encontraram ouro em Minas Gerais e a noticia se espalhou rapidamente, atraindo milhares de pessoas para a região e a atenção da Coroa portuguesa.
A maior parte do ouro encontrado era de aluvião que tinha como característica o rápido esgotamento por causa da facilidade de estar na superfície e ser mais acessível. Além disso, foi comum os mineradores desviarem as águas dos rios para extrair o minério do leito seco mais facilmente. Procuravam, também, novas jazidas, cavando os barrancos dos rios e as encostas das montanhas. Essas minas eram chamadas de lavras.
A atividade mineradora atraiu um grande número de pessoas de todo tipo de perfil social para a região das minas e acabaram por agravar questões sociais já existentes na região, como falta de alimentos e conflitos e sociais e a formação de clara de dois grupos: os emboabas e os paulistas. Os primeiros eram pessoas atraídas pela possibilidade de enriquecer na região, enquanto o segundo grupo se consideravam os primeiros ocupantes. Essa diferença de visão sobre eles gerará os conflitos entre os dois. A crescente tensão entre eles desencadeou a Guerra dos Emboabas com diversos pequenos conflitos e mortes de ambos os lados. A Coroa interveio concedendo perdão para emboabas e paulistas porque considerou que a extração de ouro seria comprometida caso a tensão entre ambos não fosse resolvida.

Com a descoberta de novas minas cada vez mais frequente, a Coroa portuguesa precisou elaborar meios para controlar e administrar a região. Por exemplo, a administração portuguesa elevou alguns povoados à categoria de vilas, como Mariana, Vila Rica (atual Ouro Preto) e Sabará porque as vilas eram administradas por funcionários diretamente ligados à Coroa Portuguesa. Além disso, a descoberta de uma mina deveria ser comunicada às autoridades. Assim, um funcionário dividia o terreno em lotes chamados datas nessa divisão o descobridor das minas tinha o direito de escolher duas datas e a coroa escolhia uma data que, posteriormente, seria leiloada.

Além disso, foram criados diferentes impostos e taxas sobre a exploração de ouro e demais atividades na região mineradora, como o quinto e a capitação. Um quinto (20%) de todo ouro e diamante extraído deveria ser entregue aos representantes da Coroa e a capitação era uma taxa de cerca de 17 gramas de ouro, cobrada do morador das Minas Gerais pela propriedade de cada escravo com mais de 12 anos de idade. Por fim, em 1719, o rei proibiu a comercialização de ouro em pó e criou as Casas de fundição em Minas gerais. Com isso, os mineradores deveriam enviar todo o ouro para essas casas e lá seria retirado o quinto do rei, o metal seria fundido e transformado em barras. Dessa maneira, ficava mais difícil fugir do pagamento do imposto.
 No entanto, a fiscalização da metrópole nem sempre foi bem recebida pelos colonos, fato que provocou descontentamentos e revoltas. Exemplo disso foi a Revolta de Vila Rica (Ouro Preto), em 1720. Ela teve início quanto um grupo de homens convocou o povo a se rebelar contra as medidas colocadas em prática por Portugal, entre elas, a Casa de Fundição. O movimento foi liderado pelo minerador Sebastião da Veiga Cabral, Manoel Mosqueiro e Filipe dos Santos. Inicialmente o governo recuou na criação da Casa de Fundição, mas apenas para reunir forças para combater os revoltosos. Por isso, na repressão ao movimento, Filipe dos Santos foi enforcado sem julgamento e teve seu corpo esquartejado e pendurado nos postes de Vila Rica. O objetivo da Coroa com tal atitude era deixar claro para os colonos o que acontecia com aqueles que se revoltavam contra o rei, tratava-se de um castigo exemplar.  

Por fim, precisamos destacar as transformações ocorridas, na região das minas e também nas colônias a partir do século XVIII. Uma das mais importantes foi a transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763. O objetivo era deixar o centro da administração colonial próxima da região mineradora. Devemos destacar também a maior ocupação do interior (interiorização) da colônia já que não foi apenas a região de minas que passou a ser mais frequentada, mas também a região de Goiás e Mato Grosso, porque também fizeram parte da atividade mineradora. Não devemos nos esquecer, no entanto, que a ocupação do interior do território também provocou maiores conflitos com as tribos indígenas que viviam nessas regiões, fato que obrigou o deslocamento de diversos grupos nativos, assim como mortes. Podemos destacar também a forte dinamização do comércio interno na região e a ligação da região mineradora com diferentes pontos comerciais da colônia.
 

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Unidade 6 - Cap. 2 - Brasil Holandês

Esse capítulo fecha a nossa avaliação, ok?
Conteúdo: Unidade 6 - cap. 1 e 2

União Ibérica (1580-1650)
Qual a relação entre Brasil, Portugal, Espanha e Holanda?

Os holandeses estavam envolvidos com a produção de açúcar, seja pela realização de empréstimos para os senhores de engenho, seja pelo transporte, comercialização e refino do produto na Europa. Por isso, a Coroa portuguesa tinha muito contatos com Amsterdã e a Antuérpia, grandes centros comerciais e bancários do norte do continente. Essa antiga relação se tornou instável a partir de um determinado acontecimento em Portugal.

Em 1578, o rei português D.Sebastião morre na batalha de Alcácer-Quibir. Logo, o trono português ficou vazia porque o monarca morreu sem deixar herdeiros. Dois anos depois, 1580, teve início a União Ibérica. Com isso, os domínios portugueses passam a ser controlados pela Espanha, inclusive o Brasil. O problema é que Holanda e Espanha estavam em guerra porque os Países Baixos (calvinistas) desejavam a independência dos espanhóis (católicos).

Diante desse quadro, os holandeses passaram a olhar o Nordeste brasileiro como uma importante fonte de renda através da produção de açúcar e um meio de agredir a Espanha. Por isso, há uma relação direta entre a União Ibérica e a invasão holandesa no Brasil. 

Em 1621, os holandeses fundaram a Companhia das Índias Ocidentais (WIC) com o objetivo de comercializar, mas também de promover a ocupação e exploração de colônias na América e na África. Pouco tempo depois, 1624, os holandeses fizeram a primeira tentativa de dominação e atacaram Salvador. Tiveram sucesso por um tempo, mas foram expulsos no ano seguinte. Porém, 1630, houve a segunda tentativa de dominação, dessa vez em Pernambuco (outra região produtora de açúcar), com uma esquadra e forças terrestres muito maiores e equipadas.

E qual era o objetivo dos holandeses no Nordeste brasileiro? Deixar de ser o intermediário no comércio do açúcar na Europa e dominar diretamente a produção e venda do produto e, com isso, aumentar seus lucros. Apesar da constante resistência, em 1637, o domínio holandês no Nordeste brasileiro estava garantido. Com isso, a Companhia das Índias Ocidentais incentivou a retomada da produção de açúcar pelos senhores de engenhos através de empréstimos para a recuperação das unidades destruídas nos conflitos entre os colonos e os holandeses. 

Contudo, em 1640, Portugal consegue se separar da Espanha e dar fim à União Ibérica. Ao mesmo tempo os portugueses iniciaram as negociações com os holandeses para a devolução do Nordeste, já que por guerras Portugal não tinha chances de recuperar esse território. Em razão dessas negociações, em 1641, os portugueses acordaram com os holandeses uma trégua. 

Mesmo assim, devemos lembrar que os tempos eram outros para a produção de açúcar e produto vinha perdendo lucratividade ano após ano e, por isso, os lucros da Companhia das Índias eram cada vez menores. Em razão disso, a WIC passou a cobrar os empréstimos aos senhores de engenhos. Muitos desses colonos produtores não tinham condição de pagar à Companhia e viram no conflito com os holandeses a sua salvação. Teve início, então, a Insurreição Pernambucana (1645-1654) para a expulsão dos estrangeiros. Como podem notar o conflito se arrastou por anos e uniu indígenas, colonos, escravos contra os holandeses que também tinham índios como aliados.
Ao final da guerra os holandeses foram expulsos e direcionaram suas produções de açúcar para as Antilhas (a América Central) e, em pouco tempo, entraram em concorrência com a produção do açúcar brasileiro.

Cronologia
1578: morte de D. Sebastião
1580: início da União Ibérica
1624: primeira tentativa holandesa de dominar o Nordeste
1630: início do domínio holandês no Nordeste
1637: chegada de Maurício de Nassau
1640: fim da União Ibérica
1645: início da insurreição pernambucana
1654: expulsão dos holandeses

Unidade 6 - cap. 1 - A lavoura canavieira

Olá turma,
esse post tratará do primeiro capítulo da nossa prova. Lembrem-se que nossa avaliação abordará os 2 capítulos da Unidade 6.
Vamos lá!


Nas aulas sobre o capítulo 1 conversamos sobre os primeiros anos da colonização no Brasil e como foi montada a administração para garantir a ocupação dessas terras. Quais os motivos que explicam esse desinteresse inicial de Portugal?
- comércio mais lucrativo com o Oriente

Recordem que entre 1500-1530 (século XVI) Portugal estava mais interessado no comércio das especiarias do Oriente, muito mais lucrativo. Porém, reinos como a Espanha e a França também se lançaram na Expansão Marítima e em pouco tempo entraram em concorrência com Portugal nessas trocas comerciais no Oriente e na África e tomaram pontos até então exclusivos dos portugueses. 

E o que motivou a mudança de postura de Portugal?
- A necessidade cada vez maior de ocupação de fato do Brasil para proteger e garantir esses terras contra piratas e contrabandistas.  

Por isso, em 1530, foi organizada e enviada a expedição de Martim Afonso de Sousa com o objetivo de fundar núcleos de povoamento e iniciar o plantio de açúcar. Nesse contexto, em 1532, fui fundada a vila de São Vicente (localizada em São Paulo). Já nesse período a Coroa portuguesa iniciou a distribuição de lotes de terras e exigiam a exploração do território tornando-a produtiva e busca de metais preciosos.

Como se sabe, a expedição não era suficiente para ocupar todo o território. Por isso, em 1543, a Coroa portuguesa adotou um sistema de administração chamado de Capitanias Hereditárias. Por definição, a capitania era uma faixa de terra administrada por um capitão donatário nomeado pelo rei e a partir da denominação das capitanias pode-se deduzir que eram terras que podiam ser transmitidas como herança (hereditárias). O capitão donatário tinha uma diversos poderes, privilégios e deveres, como doar sesmarias, fundar povoações, proibir a venda de terras, tornar a terra produtiva, dentre outros. (Revejam o quadro da página 186).

Dentre as 15 capitanias existentes apenas a de São Vicente e Pernambuco tiveram sucesso por causa do cultivo de açúcar e pelo relacionamento mais pacífico com os indígenas. Esse sistema de administração não deu certo porque cabia ao colono (o donatário) todos os custos e riscos da colonização. Por isso, diversos donatário sequer conheceram suas terras, até mesmo por falta de recursos.

Para solucionar tal questão a Coroa, em 1549, criou o cargo de governador-geral com o objetivo de garantir a colonização. O governador-geral tinha como função organizar a defesa da colônia, garantir os domínio, catequizar os índios, incentivar a produção agrícola e a busca por metais precisos, aplicar a justiça e organizar a cobrança de impostos. O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa e foi o responsável pela fundação da cidade de Salvador que se tornou a primeira capital do Brasil. 

Os engenhos de açúcar

Ainda em 1548, antes mesmo da adoção do governo-geral, a Coroa portuguesa passou a distribuir terras para a plantação de açúcar apenas para aqueles colonos que possuíssem recursos para a construção de engenhos. Revejam, por favor, as páginas 188 e 189 para recordarem como o engenho era complexo, com várias atividades e contava, inclusive, com trabalhadores livres. (Nós fizemos um exercícios sobre isso - página 193, número 3. É interessante revisitarem.)

Apesar de existirem trabalhadores livres e que recebiam um salário por sua atividade, a regra não era essa, pois era muito mais comum o uso do trabalho escravo. A primeira opção era a escravização do índio, mão de obra mais barata porque bastava capturá-lo. Porém a resistência a escravidão indígenas tornou-se cada vez maior a partir das constantes fugas do índios, profundos conhecedores dos territórios, e as constantes guerras entre as tribos. Além disso, havia o crescente trabalho de conversão dos indígenas pelos jesuítas e a consequente proibição desse trabalho escravo e a criação de leis que proibiam o uso do nativo. A escravização indígena era possível apenas pela guerra justa.

Essas proibições ao trabalho escravo indígena explicam a preferência pelo trabalho escravo do africano. Esse modelo já era aplicado nas ilhas portuguesas do Atlântico na produção de açúcar e o comércio de escravos era fonte de dinheiro para a Coroa portuguesa, porque todos os navios negreiros deveriam pagar uma taxa de embarque para Portugal.

A escravidão indígena foi mais comum nas regiões mais distantes do litoral porque era extremamente difícil e caro levar escravos para o interior do território.

Cronologia
1500-1530: período de pouco colonização
1530: expedição de Martim Afonso de Sousa
1543: formação das Capitanias Hereditárias
1549: adoção do Governo-geral 

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Unidade 7 - Capítulo 2 - Indígenas e portugueses

Esse post fecha a matéria da av2 minha gente.
Unidade 7 - cap. 1 - choques de culturas: índios e europeus
                   cap. 2 - Indígenas e portugueses

Quando os portugueses chegaram ao Brasil estimasse de 3,5 milhões à 5 milhões de indígenas, com diferentes hábitos e línguas ocupavam a região. Os estudos sobre esse momento e, mesmo anteriores ao início da colonização, estão em constante avanço e utilizam diferentes estratégias para obter conhecimentos sobre esse contexto. Por exemplo, a cultura material, encontradas por arqueólogos, que sobreviveu ao desgaste do tempo, os relatos produzidos pelos colonizadores e mesmo as línguas indígenas nos ajudam entender esses povos.
Vimos que todos os residentes dessas terras foram chamados de índios. e os europeus ignoravam as suas características específicas de cada grupo aqui existente. À medida que a colonização foi desenvolvida, surgiram diferentes classificações para denominar os indígenas, mas ainda assim de modo impreciso. O melhor modo de nomear os índios atualmente é através da língua falada por eles. Existem duas vertentes linguísticas importantes, a tupi e o macro-jê.

Os tupinambás, por exemplo, é um povo falante da língua tupi
por exemplo, é um povo falante da língua tupi e há relatos importantes, datados do século XVI, sobre os tupinambás. Uma das principais características que estudamos sobre eles é a realização do ritual antropofágico, ou seja, o sacrifício e consumo da vítima. 
O constante estado de guerra no qual os tupinambás viviam com as demais tribos tinha um importante objetivo por trás. A ideia não era tomar os territórios inimigos ou seus bens materiais e sim, vingar os seus mortos em conflitos passados. Em caso de algum inimigo capturado, ele seria destinado ao ritual e a ideia da antropofagia era apaziguar o espírito dos parentes mortos e adquirir as qualidades do índio sacrificado.
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Em abril de 1500, a esquadra de Pedro Álvares Cabral, com destino às Índias, aporta na região onde hoje está localizada a cidade de Porto Seguro com o objetivo de constatar a existência de terras ao sul. Entre 1500 e 1530 a presença portuguesa no Brasil esteve interessada praticamente no pau-brasil, conhecida e utilizada pelos europeus para a fabricação de móveis e extração de tinta já há alguns séculos. A extração da madeira era feita, em determinadas regiões, pelos indígenas, levadas até as feitorias portuguesas para dali serem embarcadas nos navios. É importante lembrar que o comércio do pau-brasil era feito por escambo, logo, havia a troca de mercadorias entre índios e portugueses. 

Nesse período inicial da colonização a convivência entre portugueses e indígenas era pacífica. Essa situação se alteraria a partir de 1530, quando Portugal decidiu, de fato, ocupar o território Os ataques de ambos os lados eram cada vez mais frequentes, mas os colonos portugueses, fizeram uso da guerra justa para atacar e escravizar os índios. Tal recurso era utilizada para a defesa dos colonos, como era um dos únicos meios permitidos pela coroa portuguesa para a atacar os índios e essa investida contra eles era permitida apenas em casos de ofensiva indígena e de recusa à conversão ao catolicismo. 
Logo no início da colonização a escravização dos índios foi muito comum. Porém, ela foi cada vez mais combatida por diversos motivos, como a elaboração de uma lei que proibia o uso de mão escrava indígena ou pelo trabalho cada vez mais constate dos padres jesuítas da Companhia de Jesus empenhados em converter os índios nas missões jesuíticas. Nesses locais, os padres tinham por objetivo ensinar a fé católica, ensiná-los a ler e escrever assim como introduzir valores europeus aos indígenas. 
Não podemos esquecer, no entanto, que estar nas missões não era uma garantia para não ser escravizados, pois foram constantes o ataque de bandeirantes contra essas missões em busca de mão de obra. Os bandeirantes eram habitantes da região de São Paulo e organizavam expedições para capturar indígenas e, além disso, procurar por metais preciosos como o ouro.

Unidade 7 - capítulo 1 - choque de culturas

Olá turma,
esse é o primeiro post para a nossa av2, ok? Sobre a conquista espanhola na América.

Cristóvão Colombo chegou o continente em 1492, mas o processo de colonização pelos espanhóis começaria a partir de 1520. Hernán Cortez aportou na parte norte da América, próximo aos astecas e, em pouco tempo atingiu o território ocupado por eles. Os espanhóis instalaram-se entre essa civilização indígena e adquiriu conhecimentos sobre o comportamento, os costumes dos astecas assim como as desavenças e alianças estabelecidas entre os diferentes grupamentos indígenas.

Em 1520, os espanhóis atacaram a capital asteca Tenochtitlán junto com índios inimigos desta tribo e em 1521 a cidade foi destruída e em seu lugar foi erguida a Cidade do México, incorporada como vice-reino da Nova Espanha.

Pouco tempo depois, em 1528, Francisco Pizarro chega à região do Império Inca e encontrou a civilização em disputa pelo poder de quem ocuparia o trono. A disputa interna na qual se encontrava os incas enfraqueceu as suas resistências diante do avanço espanhol e em 1533, a capita Inca, foi completamente dominada. Após o controle espanhol a região tornou-se o vice-reino do Peru e tinha como capital a cidade de Lima.

Como é possível explicar a conquista espanhola sobre as regiões? Quais fatores podem explicar esse acontecimento?
De início, pode-se dizer que os espanhóis tiveram a habilidade de fazer uso de problemas que já existiam antes mesmo de sua chegada, como o caso da aliança dos espanhóis com tribos inimigas dos astecas ou o caso inca que já se encontravam em disputa pelo poder. Além disso, devemos lembrar também do choque biológico a partir das doenças trazidas pelos espanhóis que mataram vários índios e da superioridade bélica dos espanhóis que possuíam armas de fogo, espadas e armaduras. 

Uma vez estabelecida a ocupação era necessário montar os mecanismos de exploração colonial. Como já visto, a Espanha dividiu os territórios conquistados em vice-reinos e nomeou funcionários espanhóis denominados de vice-reis para governá-los. Lembrem-se que um dos objetivos da colonização era a busca e extração de ouro e prata. A prata foi rapidamente encontrada e em abundância nesses territórios, principalmente em Potosí, na Bolívia. A autorização dessas minas era dada pelo rei e em troca exigiam o pagamento do quinto (20% de tudo produzido era destinado ao reino) e constituiu uma das principais fontes de recurso da Espanha. Para melhor controlar e fiscalizar as trocas comerciais a coroa espanhola elaborou também o sistema de porto único e de acordo com esse esquema poucas viagens eram feitas entre a colônia e a metrópole e apenas algumas cidades estavam autorizadas a ancorar esses navios, como Sevilla na Espanha e Cartagena, na Colômbia. 
Lembram do pacto colonial? Então. A estratégia do porto único é um dos meios de tentar estabelecer uma exclusividade de trocas entre colônia e metrópole e reduzir os possíveis desvios de mercadorias e trocas com outros reinos.

E quem trabalharia nesse novo contexto? Assim que a colonização teve início começaram também as expedições de apresamento de índios para a escravização, apesar da condenação da Igreja Católica a tal prática. Principalmente contra aqueles que encontravam-se nas reduções. 
Além disso, devemos destacar o uso da mita e da encomienda como forma de trabalho sobre os índios livres. Há, porém, diferenças entre a mita inca e a indígena. Entre os incas, a mita era um trabalho obrigatório realizado por alguns meses e entre os espanhóis, essa forma de trabalho foi transformada em um trabalho obrigatório permanente. Por sua vez, na encomienda o colono tinha a autorização de utilizar os indígenas nas fazendas ou mina por determinado tempo e ficava responsável pela instrução deles, assim como da sua manutenção, proteção e conversão dos índios. O que nem sempre acontecia.

É isso! 

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Unidade 6 - Capítulo 3 - As instituições da Europa Moderna

Esse é o post final do conteúdo av1 minha gente.

Os últimos conteúdo que estudamos, como a Expansão Marítima, o Renascimento, as Reformas Religiosas e a centralização do poder real acontecem todos ao mesmo tempo. Falta escrever sobre o fortalecimento do poder do rei. 
Isso não é exatamente uma novidade porque já vimos isso quando estudamos, ainda no século XIII a formação do primeiro reino europeu: Portugal. Nos outros reinos, como Espanha, França e Inglaterra esse fortalecimento do poder régio e a formação de um reino acontece ao longo do século XIV, XV e XVI. Vocês devem lembrar que estamos saindo da Idade Média e entrando na Idade Moderna. Até então vimos que os reis, quando existiam, concorriam com o poder dos senhores feudais, por outro lado, na modernidade, o que estudamos é justamente o aumento do poder dos monarcas e o controle maior em relação aos senhores feudais. 
Nesse processo foi fundamental a participação de três grandes protagonistas: o rei, a nobreza e a burguesia. O rei era o responsável por dirigir o reino, a nobreza está sempre próxima do poder porque o próprio monarca é um nobre e, por fim, a burguesia. Os burgueses tem interesse em apoiar o aumento do poder do rei em relação aos senhores feudais porque isso auxiliaria nas suas atividades econômicas já que uma vez formado um reino os burgueses teriam que pagar apenas os impostos do rei, seguiriam as leis estabelecidas por ele e usaria a moeda que teria o valor por todo o reino. Enfim, apoiar o monarca era bom para os negócios! Em contrapartida, o rei tinha total interesse em receber o apoio da burguesia porque eram os impostos pagos por ela que abastecia os cofres do reino e possibilitariam a formação de um Exército para a defesa do reino e a contratação de funcionários os assuntos burocráticos.
Desse processo de centralização do poder real surge o Absolutismo, ou seja, uma forma de governo na qual o rei tem vastos poderes em diversos assuntos, como a decretação de impostos, elaboração de lei, aplicação da justiça, dentre outros. No absolutismo o poder do reis é praticamente ilimitado.
Ao estudarmos isso, precisamos abordar também o mercantilismo
O mercantilismo era forma como a economia dos reinos absolutistas funcionavam. As principais práticas de modelo econômico eram:
- metalismo: os reinos deveriam acumular a maior quantidade de ouro e prata possível.
- protecionismo: o comércio do reino deveria ser protegido da concorrência do produtos dos outros reinos.
- balança comercial favorável: os reinos deveriam vender mais do que comprar
- colonialismo: obter e manter colônias.
As colônias faziam todo o sistema funcionar. Porque era delas que vinham as quantidades de ouro e prata obtidas pelos reinos, como Espanha e Portugal. Além disso, através do Pacto Colonial as metrópoles (como Portugal) buscavam restringir o comércio da colônia com outros reinos, garantir a venda de seus produtos e controlaria também tudo o que era produzido pela colônia. 
Supostamente era assim que deveria funcionar o pacto. Contudo, na prática o pacto colonial e o colonialismo tinha muitas dificuldades para se manter porque não foram raros os casos da colônia mantendo uma produção de diversos produtos para seu próprio sustento e a comercialização de produtos entre as próprias colônias sem que as metrópoles controlassem esse comércio.

É isso! Bons estudos!!

Unidade 6 - Capítulo 2 - Reformas religiosas

Olá turma,
essa é a segunda parte do conteúdo.

No capítulo 2 estudamos como ocorreu o nascimento das religiões protestantes ou evangélicas na Europa, ainda no século XVI. Na realidade, os religiosos críticos a certas práticas da Igreja Católica não tinham a intenção de criar novas religiões, mas diante das posições da igreja a ruptura tornou-se praticamente certa. 
Mas que críticas eram essas contra Igreja?

Nesse momento da história vemos a Igreja extremamente envolvida em disputa de poder com os reis. Não esqueçam que nesse mesmo momento vários reinos, como Espanha, França e Inglaterra, estão em processo de formação ou consolidação dela e, por isso, havia uma disputa de poder entre os reis e o papa porque os monarcas buscaram limitar o poder dos papas impedindo a cobrança de impostos religiosos ou aprovando a nomeação de religiosos feitas pelo papa. Além disso, alguns religiosos criticavam o enorme envolvimento da Igreja com questões materiais como a disputa por terras e as demonstrações de riquezas para afirmar o seu poder.
Um dos religiosos extremamente críticos à Igreja foi o monge alemão Martinho Lutero. Ele era contrário à venda de indulgências (perdão) promovida pela igreja para custear a construção da Basília de São Pedro (localizada no Vaticano). Para Lutero, não era possível que as pessoas comprassem o perdão dos pecados e, com isso, obtivessem a salvação das suas almas. Segundo o religioso, as pessoas conseguiriam a salvação das suas almas apenas pela fé.  Por outro lado, a igreja considerava que um dos meios de obter a fé era praticas as boas ações, as boas obras. Temos aí mais um ponto de atrito entre Lutero e a Igreja. 
A ruptura entre Lutero e a Igreja Católica acontece quando o papa obriga o monge alemão a se retratar e defender a as ideias da igreja sobre salvação e sobre a venda  do perdão. Diante da negativa de Lutero em rever suas posições, do apoio de nobres e burgueses às suas ideias e da consequente excomunhão feita pelo papa contra Lutero surgia, então, o luteranismo.
E quais as outras ideias defendidas por Lutero além da salvação pela fé?
Ele defendia a livre interpretação da Bíblia e não apenas o papa. (Lutero traduziu o texto sagrado do latim para o alemão com o objetivo de atingir o maior número de pessoas possível e não apenas aos religiosos.) Lutero também rejeitava a necessidade de um clero (um padre, por exemplo) para mediar a relação entre os fiéis e Deus. Além disso, eliminou o culto dos santos e das imagens.

Devemos lembrar que não foi apenas o luteranismo que surgiu diante dessa ruptura. Na região da Suíça desenvolveu-se o calvinismo. Essa religião é uma vertente do protestantismo e surgiu a partir do luteranismo. De acordo com João Calvino, a salvação não pode ser conquistada porque, na verdade, as pessoas estavam predestinadas ou não e na sua concepção a fé e a prosperidade econômica eram sinais de que a pessoa havia sido escolhida por Deus.

A Igreja Católica precisava reagir diante do avanço das religiões protestantes e tomou uma série de medidas para combater o crescimento do luteranismo e do calvinismo. Uma delas foi a formação da Companhia de Jesus, em 1534. Os membros da companhia, chamados de jesuítas, tinha por objetivo percorrer o mundo para espalhar a fé católica e converter os povos não cristãos para aumentar o número de fieis. (Lembrem que ao mesmo tempo está ocorrendo a Expansão Marítima e, por isso, a atuação dos jesuítas ocorrerá na América, na África e na Ásia). 
Além da formação da companhia, a Igreja Católica organizou o Concílio de Trento (1545-1563). O concílio foi uma reunião de autoridades religiosas católicas com a presença do próprio papa para elaborar estratégias visando combater o avanço protestante e reorganizar o catolicismo. E quais as medidas tomadas pelos religiosos no concílio?
- manteve a autoridade do papa 
- manteve a reza das missas em latim
- manteve o celibato (não podem casar) para o religiosos
- elaborou-se o catecismo
- fundação de seminários para formar melhor os religiosos
- criou o Index - uma lista de livros proibidos para os católicos
- reforço do Tribunal do Santo Ofício (ou a Inquisição): para julgar os católicos que desviassem da religião.

De Reformas Religiosas é isso!