quarta-feira, 19 de março de 2014

Capítulo 2: "A Europa feudal"

Olá turma!
No post de hoje falaremos sobre o capítulo 2. Agora está tudo online da sua prova. 

Nas aulas do capítulo 2 mostrei para vocês dois assuntos importantes: 1) a divisão social; 2) os laços que ligavam os nobres entre si e os nobres e os servos. Vamos relembrar primeiro a divisão social.

      A sociedade medieval foi marcada por um divisão entre religiosos, nobres e camponeses. Nessa divisão, o lugar de cada pessoa era muito bem definido, assim como a sua função. Os religiosos tomaram para si a função de rezar para salvar a humanidade e eles eram o intermediário entre Deus e os fiéis. Não podemos nunca esquecer que, nesse tempo, em torno do século X, a sociedade europeia era extremamente religiosa.   Isso se explica, em parte, pelo fato de que, geralmente, apenas os religiosos sabiam ler e escrever e, eram eles os responsáveis pela produção e difusão do conhecimento.
      Os nobres tinham a função de proteger a sociedade e a Igreja. Estamos estudando uma época na qual os componentes da nobreza são guerreiros. Por isso, cabia os nobre (ou senhores) fornecer a proteção necessário para todos aqueles que estivessem nos seus domínios.
       Por fim, os camponeses. Estes tinham como função trabalhar a terra para seu sustento e para os nobres e religiosos.
Essa é a divisão social da Idade Média e a função de cada um naquela época. Fizemos uma questão sobre isso em sala. Estudem isso com atenção, pois haverá uma questão sobre esse assunto na prova. 

Vínculos pessoais
Esse é o ponto mais importante do conteúdo e é muito provável que esteja presente também na AVII. 
O vínculo de suserania e vassalagem foi o primeiro laço visto em sala e ele ligava apenas os nobres, criando suseranos e vassalos. O pacto de suserania e vassalagem nada mais era do que um juramento vitalício de fidelidade e obediência entre suseranos e vassalos. Nesse juramento, em geral, havia a concessão do feudo: uma parcela de terra. O suserano era aquele que dava a terra ao seu vassalo (logo o vassalo recebe a terra). Uma vez recebido o feudo, o vassalo tinha o dever cuidar da terra e proteger os camponeses. Além disso, o vassalo tinha que prestar auxílio militar e econômico ao seu suserano caso fosse necessário. Por outro lado, o vassalo, pelo direito do ban, tinha a permissão de criar impostos, as leis e aplicar a justiça no seu feudo. 

Servidão
Esse laço ligava nobres e camponeses. Parte do que era produzido pelos camponeses era cedido ao senhor em troca de proteção.  O camponês tinha que pagar uma série de impostos para os senhores feudais. Vejamos alguns exemplos.
Corveia: Nesse tributo, o camponês deveria dedicar parte do seu tempo de trabalho nos domínios do senhor. Geralmente 3 dias na semana e realizava tarefas de manutenção e construção.

Mão-morta: De início, o camponês não era o dono da terra, mas com o passar do tempo ele tornou-se o proprietário. O senhor, então, passou a cobrar uma taxa que consistia na morte do melhor animal do camponês. Esse imposto era cobrado sempre que a terra passava de pai para filho e funcionava como uma confirmação da posse da terra.

Banalidades: Era cobrado sobre o uso de instrumentos e bens do senhor. Nem sempre os camponeses tinham as ferramentas necessárias para o trabalho no campo, portanto, eles solicitavam ao senhor. Porém, esse empréstimo de material era cobrado.

Talha: cobrada pelo senhor quando houvesse necessidade de proteção militar.



Bem, é isso. Tantos os vínculos pessoais como a divisão social nos mostram que a sociedade da Idade Média era fortemente hierarquizada e passar de um grupo social era muito difícil. Além disso, a função social de cada um estava muito bem definida. Pelo menos na teoria.

sábado, 15 de março de 2014

Cap. 1 "...formação de um novo império" (Continuação)

Neste post terminarei o capítulo 1: "A cristianização da Europa e a formação de um novo império". No post anterior comentei apenas a cristianização da Europa através da crescente adesão  dos romanos, a organização do cristianismo e a formação de uma hierarquia no clero. Não se esqueçam também a diferença entre o clero secular e o clero regular. Isso é importante.
Seguindo...

O novo império ao qual o título se refere faz menção ao Império Carolíngio. No entanto, antes de comentarmos sobre esse assunto precisamos falar sobre a formação da sociedade romano germânica que, por sua vez, marcou a origem da sociedade feudal.

Os germânicos ocuparam diversos territórios do Império Romano e, nos séculos V e VI, formaram vários reinos e aderiram à práticas romanas, como a cobrança de alguns impostos e a titulação de nobreza. Após a invasão, os germânicos e os romanos passaram a se entrelaçar e se unir através de casamentos e alianças, formando uma nobreza guerreira e dona de terras. A união desses dois povos apoiou-se na língua (o latim) e na religião (o cristianismo), e na adaptação da administração romana.

Vários foram os povos germânicos que formaram reinos, como os visigodos, suevos, bretões, anglo-saxões. Porém, vamos nos concentrar apenas nos francos. Eles ocuparam a região da Gália, atual França, quando o Império Romano ainda existia. Aliás, o imperador concedeu o direito de permanência aos francos dentro do império, desde que eles ajudassem na defesa de invasores.

Tempos depois os francos unificaram o território dominado e formou o reino dos francos e, com isso, nasceu a dinastia merovíngia. Essa dinastia foi breve, pois com a morte do rei, o reino entrou em conflitos de famílias lutando para ocupar o trono. Depois de alguns anos de conflito, uma nova dinastia conseguiu o domínio da região, os carolíngios. Surgiu, então, o Império Carolíngio. O Império foi reconhecido a partir do momento que os francos atacaram e tomaram as terras do lombardos e as ofereceu ao papa, o que deu origem aos Estados Pontifícios. 

Em 843, no século IX, após a morte de Carlos Magno e de seu filho, o Império Carolíngio foi dividido em três partes pelo Tratado de Verdun. Além disso, a invasão dos vikings também contribuiu para a fragmentação do Império.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Cap 1: "A cristianização da Europa..."

Vamos ao nosso primeiro post de 2014!
Colocarei hoje a matéria do nosso distante primeiro dia de aula. Lá se vai 1 mês!
Vamos relembrar

Boa parte do conteúdo que veremos esse ano se passa na Idade Média. Trata-se de um período que cobre 1000 anos da História da humanidade. É comum definir o início da Idade Média a partir do fim do Império Romano, no século V, no ano de 476. Por outro lado, não existe unanimidade na data que estabelece o término desse período. Alguns historiadores optaram pelo ano de 1453, quando houve o fim de uma guerra entre franceses e ingleses. No entanto, outros estudiosos estabelecem que a Idade Média teve seu fim em 1492. Ano que os muçulmanos foram expulsos da Península Ibérica, região que abriga a Espanha e Portugal. 
Mas que momento histórico é esse afinal? A História Medieval está localizada logo após a História Antiga e ficou muito conhecido por causa de alguns filmes. Esse momento é sempre muito lembrado pela formação dos castelos para a defesa e de constantes lutas entre guerreiros. Porém, antes de falarmos disso...

Por enquanto estamos no início da Idade Média, entre os século V e X. Não podemos esquecer que vamos estudar uma sociedade europeia extremamente influenciada pela religião. Contudo, o período que estamos estudando ainda é marcado pela formação do cristianismo que formou o catolicismo séculos depois. Ano passado mencionei diversas vezes que por vários anos os romanos perseguiram os cristãos, fato este que foi alterando-se aos poucos, à medida que os administradores e governantes passaram a se adotar o cristianismo como religião. 
A partir da adesão cada vez maior ao cristianismo surgiu a necessidade de organizar a nova religião. Por isso, foi na transição entre a história antiga e o período medieval que foram escolhidos os textos que fariam parte da Bíblia. É nesse contexto também que foi organizada a hierarquia* da igreja.

*"Subordinação de certos poderes uns aos outros" ou "Organização segundo vários graus de poder e subordinação"

Fonte: "hierarquia", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/DLPO/hierarquia [consultado em 06-03-2014].

Além de existir uma diferença de poder entre os integrantes da Igreja, havia também uma diferença de função. Como assim? Basta perceber a diferença entre o clero secular e o clero regular. O primeiro é são os religiosos que já conhecidos nossos, como os padres. Eles estão em contato com o fiel. O clero regular, por outro lado, vive nos mosteiros e possuem uma regra de vida diferente do clero secular.

Ora et Labora. Esse é o estilo de vida daqueles que viviam nos mosteiros. Está escrito em Latim; na língua dos romanos. "Ora" quer dizer orar; rezar. "Labora" quer dizer trabalhar. (Hoje, no português, a palavra laborar é sinônimo para trabalhar). O que isso quer dizer?
De acordo com essa frase quer dizer que além de rezar, os monges deveriam também trabalhar para o próprio sustento, pois o esforço era visto como um aprimoramento espiritual. Os mosteiros eram locais importantes para a prática da caridade cristã. Juntos aos mosteiros eram construídos hospitais que, na verdade, não atendia somente os doentes, mas todas as pessoas que necessitassem de cuidados, como idosos e viajantes.


Fiquemos por aqui....por enquanto