sábado, 24 de agosto de 2013

Capítulo 10 - Expansão Marítima

Expansão Marítima 

Portugal

Pioneirismo português para a expansão marítima.
Comecei a última aula explicando exatamente isso.
a) Lembrem, mencionei que a centralização política em torno do rei ou, em outras palavras, a formação do Estado de Portugal em torno do rei foi fator importante. Em tese, todo o território entrou sobre o domínio de um mesmo senhor e. Mais do que isso, era preciso de um Estado e um rei para organizar as diversas expedições que eram extremamente complexas e caras.
b) A existência de uma burguesia que enriqueceu em função do comércio entre o mar Mediterrâneo e o mar do Norte e que estava acostumada a abastecer os navios que paravam em Lisboa.
c) Como conseqüência do fato de Lisboa ser um ponto de parada nessa rota comercial, a cidade recebia muitos navios e marinheiros, o que possibilitava a troca de informações entre os navegantes e os portugueses. Não se esqueçam que a atividade pesqueira era muito comum antes mesmo da unificação portuguesa.
d) favorável posição geográfica de Lisboa – voltada é para o Atlântico. Vejam em algum mapa ou entrem no Google Maps e aproximem para ter uma boa visualização da localização da cidade.

TODOS esses fatores explicam as condições necessárias para tornar possível a Expansão Marítima.

E por que fazer a expansão?
Podemos simplificar ao máximo ao afirmar que os portugueses buscavam encontrar um caminho alternativo para o comércio com as Índias e, com isso, quebrar o monopólio que os árabes e os italianos estabeleceram no comércio de especiarias.
Porém não podemos esquecer que havia também a motivação religiosa de expandir a fé católica e a busca por metais preciosos (ouro e prata).

Em aula tentei chamar a atenção de vocês para o fato de que essa expansão foi gradual. O que isso quer dizer? Muitos anos foram necessários para descobrir que realmente era possível um caminho alternativo para as Índias através da navegação.
a) Conquista de Ceuta (1415)
A conquista dessa cidade marroquina tinha como objetivo:
               1) controlar o comércio realizado na cidade pelos muçulmanos
               2) obter maior controle sobre o mediterrâneo
               3) levar o catolicismo para a região

b) Viagens ao longo da África
Essas viagens aconteceram entre 1450 e 1480. Elas foram muito importante para aumentar os conhecimentos sobre a navegação no Atlântico, no sentido de saber mais sobre os regimes de ventos e correntes marítimas. Lembrem-se estamos estudando uma época que não existe motor, GPS ou rádio.
Ao longo desse tempo foram aperfeiçoados instrumentos de navegação como a bussola  e o astrolábio. O primeiro instrumento aponta direções (Norte e Sul) e o segundo serve para calcular a altura dos astros no céu. À medida que as embarcações são direcionadas para determinado lugar as estrelas mudavam de posição, ficando mais altas ou mais baixas, e através desse posicionamento os navegadores sabiam se estavam na direção que eles desejavam ou não.
Não esqueçam dos mapas. Ou da cartografia (=arte de fazer mapas). À medida que os navegadores iam para o sul o mapa do litoral africano foi sendo desenhado.
E mesmo os navios passaram por adaptações. As galés, muito bem adaptadas, ao mediterrâneo não eram eficientes no Atlântico. Por isso, as caravelas foram desenvolvidas. Essas embarcações eram mais adequadas aos objetivos das viagens: comércio e investigação do litoral e eram mais velozes e menos dependentes do ventos. Posteriormente surgiram as naus, com maior capacidade de defesa de ataques piratas e de carregamentos comerciais e tripulantes.
Ao longo da África foram estabelecidas feitorias. Com o contato com os reinos africanos, os portugueses conseguiam ouro, escravos e algumas especiarias.

CURIOSIDADE: Era muito comum que monstros marinhos estivessem desenhados (ou representados) nesses mapas. O oceano Atlântico tinha um sinônimo naquela época: mar tenebroso. Algumas pessoas acreditavam na existência desses monstros, como o Kraken, visto nos filmes do Piratas do Caribe. Por outro lado, o objetivo desses desenhos era, de fato, aterrorizar as pessoas e desencorajá-las. Afinal, existiam outros países, como a Espanha, buscando o caminho alternativo para as Índias.
A lenda do Kraken é muito antiga. Ela está presente nos registros históricos desde os tempos dos Vikings. (Aliás, grandes navegadores. Dizem que eles navegaram até o território que é hoje o Canadá muito antes de todos os países europeus). O Kraken pode ter sido confundido com a lula-colossal, que pode ser tanto grande quanto algumas espécies de baleias! Há também a lula-gigante.

Resumo: As viagens ao longo do litoral ocidental da África foram importantes para obterem maiores conhecimentos sobre a navegação. Quais? Correntes marítimas, regime de ventos, melhorias dos instrumentos de navegação e desenvolvimento dos mapas.

c) Viagem de Bartolomeu Dias (1488)
Bartolomeu Dias foi o primeiro a conseguir contornar o extremo sul do continente africano (onde hoje está localizado o país África do Sul). Até então a região era conhecida como cabo das Tormentas. A partir do feito do mencionado navegador aquela localidade foi renomeada para Cabo da Boa Esperança.

d) Chegada às Índias (1498)
O portugueses conseguiram atingir o seu objetivo somente no final do século XV. Com o êxito desse objetivo aos poucos, o comércio realizado pelo mar Mediterrâneo foi, ao poucos, sendo deslocado para o oceano Atlântico.

Alguns historiadores afirmam que isso só foi possível com a ajuda dos próprios muçulmanos instalados aos longo da costa oriental da África. Aqueles que nós estudamos no capítulo 9.

Espanha

Discutiremos a Espanha mais detalhadamente nas próximas aulas, mas prestem atenção em alguns aspectos importantes sobre a expansão da Espanha.
Assim como Portugal, a Espanha TAMBÉM BUSCAVA UM CAMINHO ALTERNATIVO PARA AS INDIAS. Porém, os espanhóis acreditavam ser possível descobrir esse outro caminho navegando para o Ocidente e sem contornar a África, como os portugueses fizeram.
Qual o resultado disso? 
1) A "descoberta" da América.
2) Circunavegação da Terra

Discutiremos em sala um acordo entre Portugal e Espanha chamado de Tratado de Tordesilhas. Esse tratado pode ser entendido como uma consequência da descoberta destas terras ao Oeste. (É, meus alunos, tudo em História tem uma explicação, os assuntos estão ligados. Poucas coisas na História são explicadas pelo acaso)


Viagens Atlânticas
Como eram essas viagens? Pode-se dizer que eram longas, perigosas e caras.
O perigo do naufrágio era constante, nem todas embarcações resistiam aos longos períodos no mar ou às tempestades. Além disso, o fato de navegarem em águas desconhecidas facilitava a ocorrência de acidentes.
Não esqueçam que o cotidiano nessas embarcações eram muito duros. Alguns alimentos estragavam em mar aberto e as condições de higiene não eram boas. Como expliquei para vocês, uma das doenças mais comuns era o escorbuto, causada pela deficiência de vitamina C.

Nenhum comentário:

Postar um comentário