sexta-feira, 26 de junho de 2015

Unidade 5 - Capítulo 2 - Expansão comercial e marítma europeia

Olá,
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Se o século XIV foi o momento que o feudalismo entrou em crise, o século XV tornou-se um novo momento de expansão, mesmo sobre os efeitos dos problemas do período anterior. Os europeus estavam em busca das especiarias introduzidas no continente, principalmente, pelas cidades de Gênova e Veneza, vendida pelos árabes aos italianos. 
O quais produtos interessavam? A seda da China, a porcelana do Japão e as tão conhecidas especiarias, como canela, pimenta, mostarda, dentre outros. 
Nesse mesmo contexto, a Europa ainda era afetada pela crise do século XIV com escassez de alimentos, alta dos preços e a falta de metais preciosos (ouro e prata).

E quem foi o pioneiro nesse processo? Quem foi o primeiro?
Portugal
E por que?
a) Lembrem, mencionei que a centralização política em torno do rei  desde a Revolução de Avis ou, em outras palavras, a formação do Reino (Estado) de Portugal em torno do rei foi fator importante. Em teoria, todo o território entrou sobre o domínio de um mesmo senhor e, mais do que isso, era preciso de um Estado (reino) e um rei para organizar as diversas expedições que eram extremamente complexas e caras. Além disso, Portugal não estava envolvido em guerras, como a Inglaterra e a França, mergulhadas na Guerra dos Cem Anos.
b) A existência de uma burguesia que enriqueceu em função do comércio entre o mar Mediterrâneo e o mar do Norte e que estava acostumada a abastecer os navios que paravam em Lisboa. Além disso, o rei d. João I recompensou os comerciantes que o apoiaram na Revolução de Avis e atendeu a interesses comerciais, formando assim, uma aliança entre o rei e a burguesia.
c) Como consequência do fato de Lisboa ser um ponto de parada nessa rota comercial, a cidade recebia muitos navios e marinheiros, o que possibilitava a troca de informações entre os navegantes e os portugueses. Não se esqueçam que a atividade pesqueira era muito comum antes mesmo da unificação portuguesa.
d) favorável posição geográfica de Lisboa – voltada é para o Atlântico

 Esses fatores nos explicam os motivos de Portugal ter sido o primeiro reino a lançar-se em mar aberto em busca das especiarias das Índias. Porém, tentei chamar a atenção de vocês para o fato de que essa expansão foi gradual (aos poucos), ou seja, foram necessários vários anos para conseguir contornar a África e chegar às Índias.
A primeira região tocada pelos portugueses foi a cidade de Ceuta, no Marrocos. A região era rota de passagens das caravanas comerciais e, ao mesmo tempo, atendia aquele espírito das cruzadas de para levar a fé católica para um domínio muçulmano.
Ao longo das décadas de 1440 e 1480 foram realizadas várias navegações marítimas pela costa do continente africano, em busca de produtos como o marfim, o ouro e escravos. Em 1488, Bartolomeu Dias contornou o extremo sul do continente e o Cabo das Tormentas foi renomeado para Cabo da Boa Esperança, pois era possível, de fato, contornar a África para chegar às Índias. Contudo, a navegação definitiva para a região aconteceria apenas em 1498, com o navegador Vasco da Gama.
 
No mesmo século a Espanha também se lançou na expansão marítima. Porém, os espanhóis apostavam ser possível atingir as Índias navegando pelo Ocidente e sem contornar a África. A consequência mais conhecida desse pensamento foi a "descoberta" da América, por Cristóvão Colombo, em 1492. Além disso, foram também os navegadores espanhóis os primeiros a navegar em torno da Terra (circunavegação) com Fernão de Magalhães e Sebastião El Cano.

E o que podemos citar como consequência das navegações? A partir das viagens cada vez mais constantes, o continente americano e africano foram integrados a outras rotas comerciais. Tanto Portugal, como a Espanha passaram a figurar ao longo do século XVI como grandes potências. Quando foi possível o contato direto com a Índia o comércio mediterrânico deslocou-se para o Atlântico e as cidades italianas perderam o monopólio (exclusividade) comercial das especiarias. Por fim, após a descoberta da prata em territórios colonizados pela Espanha, estava resolvida o problema da falta de metais na Europa.

É isso!
Bons estudos!

Unidade 5 - Capítulo 1 - Mudanças na Europa Medieval

Olá olá olá
Turma, esse é o primeiro post da nossa av2, ok?

No final do século X e a partir do XI a Europa passou por intensas transformações no campo. Primeiro podemos destacar as mudanças ocorridas na agricultura com relação aos instrumentos utilizados e a própria prática agrária. Desenvolveu-se a charrua, um arado que revolvia a terra de modo mais profundo e melhorava a fertilidade do solo, os arreios para atrelar (prender) os animais aos arados e outros instrumentos foram postos ao longo do corpo do animal, permitindo maior tempo de trabalho dos animais. Por fim, houve a adoção da rotação trienal das culturas. Esse método estabelece a divisão da terra em três partes, duas delas recebiam colheitas diferentes e a terceira parte era deixada em pousio (sem nenhuma colheita). Na período seguinte da plantação fazia a rotação entre os três lotes. (Revejam a página 108)
E qual foi a consequência disso? A maior diversidade alimentar porque era possível cultivar duas colheitas ao mesmo tempo e, em decorrência disso, a maior disponibilidade de alimentos. Com mais comida disponível, houve aumento da população.
O aumento da população, por sua vez, provocou o excessivo povoamento dos feudos. Não havia terras para todos os nobres, assim como faltava terras para os camponeses. Por isso, as disputas entre os senhores feudais se intensificaram. Ao mesmo tempo a Igreja Católica passou a incentivar as Cruzadas, expedições militares organizadas pela instituição com o objetivo de expulsar os muçulmanos que haviam dominado a cidade de Jerusalém. Além disso, o objetivo das Cruzadas era aliviar as tensões entre os senhores feudais, por isso, a Igreja elaborou justificativas para envolver os nobres nessas organizações. Segundo a igreja, aqueles que se envolviam nas Cruzadas tinham seus pecados perdoados e, se morressem, esses nobres certamente iriam para o céu. (Revejam o quadro da página 109)

E o que as Cruzadas trouxeram? Apenas a Primeira Cruzada teve sucesso em seu objetivo e reconquistou Jerusalém que pouco tempo depois retornou ao domínio muçulmano. Por outro lado, essas expedições aceleram as trocas comerciais e de manufaturas, assim como incentivou o crescimento de uma nova camada social. Em função disso, esses movimentos militares, conseguiram dar maior controle do comércio realizado no mar Mediterrâneo aos europeus, principalmente, para as cidades italianas de Gênova e Veneza. Além disso, a revitalização do comércio trouxe também a revitalização das cidades e o surgimento dos burgos, ajudado pelo crescimento populacional proveniente da agricultura

As Cruzadas também aconteceram dentro da Europa através das guerras de Reconquista nos territórios que hoje correspondem à Portugal e Espanha com o objetivo de expulsar os muçulmanos da Península Ibérica. Aliás, é a partir desses conflitos que surge o reino português. D. Henrique de Borgonha participar dessas batalhas recebeu como recompensa do rei de Leão e Castela o feudo Condado Portucalense. Seu filho, Afonso Henriques, cortou o laço de vassalagem e declarou-se rei em 1139 (século XII). Em 1147 estava concluída a expulsão dos muçulmanos e estava formado assim, o Reino de Portugal. 
Trata-se do primeiro reino europeu formado a partir de uma monarquia centralizada, ou seja, um rei que teoricamente deveria ter mais poder que os demais senhores feudais. Elaborou-se também uma administração do monarca para controlar o reino, assim como a criação de impostos régios.

No entanto, todo esse desenvolvimento no cenário europeu encontrou um forte obstáculo no século XIV. Consideramos esse momento como a crise do feudalismo, motivado por 3 acontecimentos diferentes. A Guerra dos Cem Anos, a peste e a fome. 
Guerra dos Cem Anos (1337-1453): travada entre a Inglaterra e a França em disputa ao trono francês, ocorrida, principalmente, norte da França. A guerra contribuiu também para a o processo de centralização política em torno de um rei, principalmente na França, porque muitos nobres morreram, assim como seus herdeiros, nos campos de batalha. O rei francês, por sua vez, aproveitava esses acontecimentos para agregar os feudos aos seus domínios.
Peste Negra: doença trazida do leste europeu através dos navios comerciais de Veneza, ou seja, a peste está relacionada com o aumento das trocas comerciais europeias com outras partes do mundo. Atingiu fortemente quase toda a população europeia e afetou, em especial, o meio urbano, pois viviam um momento de crescimento populacional, o que não quer dizer que não houve consequências para aqueles que estavam no campo. A peste seguia as rotas comerciais.
Fome: A fome surgiu a partir da expansão das áreas agrícolas sobre terras com pouca fertilidade para conseguir abastecer a população europeia que não parava de crescer. A abertura de novas áreas para agricultura provocou alterações climáticas que, por sua vez, afetaram a produtividade das terras. Além disso, a fome foi reforçada pela guerra e pela peste negra, pois ambos tiraram a vida de muitos camponeses e diminuiu a disponibilidade de mão de obra. Com isso, os impostos cobrados pelos senhores aos camponeses restantes tornaram-se mais pesados, assim como tornou-se mais comum a cobrança de tributos em dinheiro. A maior pressão dos senhores sobre os trabalhadores rurais ocasionou diversas revoltas por várias regiões do continente.