quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Unidade 6 - Cap. 2 - Brasil Holandês

Esse capítulo fecha a nossa avaliação, ok?
Conteúdo: Unidade 6 - cap. 1 e 2

União Ibérica (1580-1650)
Qual a relação entre Brasil, Portugal, Espanha e Holanda?

Os holandeses estavam envolvidos com a produção de açúcar, seja pela realização de empréstimos para os senhores de engenho, seja pelo transporte, comercialização e refino do produto na Europa. Por isso, a Coroa portuguesa tinha muito contatos com Amsterdã e a Antuérpia, grandes centros comerciais e bancários do norte do continente. Essa antiga relação se tornou instável a partir de um determinado acontecimento em Portugal.

Em 1578, o rei português D.Sebastião morre na batalha de Alcácer-Quibir. Logo, o trono português ficou vazia porque o monarca morreu sem deixar herdeiros. Dois anos depois, 1580, teve início a União Ibérica. Com isso, os domínios portugueses passam a ser controlados pela Espanha, inclusive o Brasil. O problema é que Holanda e Espanha estavam em guerra porque os Países Baixos (calvinistas) desejavam a independência dos espanhóis (católicos).

Diante desse quadro, os holandeses passaram a olhar o Nordeste brasileiro como uma importante fonte de renda através da produção de açúcar e um meio de agredir a Espanha. Por isso, há uma relação direta entre a União Ibérica e a invasão holandesa no Brasil. 

Em 1621, os holandeses fundaram a Companhia das Índias Ocidentais (WIC) com o objetivo de comercializar, mas também de promover a ocupação e exploração de colônias na América e na África. Pouco tempo depois, 1624, os holandeses fizeram a primeira tentativa de dominação e atacaram Salvador. Tiveram sucesso por um tempo, mas foram expulsos no ano seguinte. Porém, 1630, houve a segunda tentativa de dominação, dessa vez em Pernambuco (outra região produtora de açúcar), com uma esquadra e forças terrestres muito maiores e equipadas.

E qual era o objetivo dos holandeses no Nordeste brasileiro? Deixar de ser o intermediário no comércio do açúcar na Europa e dominar diretamente a produção e venda do produto e, com isso, aumentar seus lucros. Apesar da constante resistência, em 1637, o domínio holandês no Nordeste brasileiro estava garantido. Com isso, a Companhia das Índias Ocidentais incentivou a retomada da produção de açúcar pelos senhores de engenhos através de empréstimos para a recuperação das unidades destruídas nos conflitos entre os colonos e os holandeses. 

Contudo, em 1640, Portugal consegue se separar da Espanha e dar fim à União Ibérica. Ao mesmo tempo os portugueses iniciaram as negociações com os holandeses para a devolução do Nordeste, já que por guerras Portugal não tinha chances de recuperar esse território. Em razão dessas negociações, em 1641, os portugueses acordaram com os holandeses uma trégua. 

Mesmo assim, devemos lembrar que os tempos eram outros para a produção de açúcar e produto vinha perdendo lucratividade ano após ano e, por isso, os lucros da Companhia das Índias eram cada vez menores. Em razão disso, a WIC passou a cobrar os empréstimos aos senhores de engenhos. Muitos desses colonos produtores não tinham condição de pagar à Companhia e viram no conflito com os holandeses a sua salvação. Teve início, então, a Insurreição Pernambucana (1645-1654) para a expulsão dos estrangeiros. Como podem notar o conflito se arrastou por anos e uniu indígenas, colonos, escravos contra os holandeses que também tinham índios como aliados.
Ao final da guerra os holandeses foram expulsos e direcionaram suas produções de açúcar para as Antilhas (a América Central) e, em pouco tempo, entraram em concorrência com a produção do açúcar brasileiro.

Cronologia
1578: morte de D. Sebastião
1580: início da União Ibérica
1624: primeira tentativa holandesa de dominar o Nordeste
1630: início do domínio holandês no Nordeste
1637: chegada de Maurício de Nassau
1640: fim da União Ibérica
1645: início da insurreição pernambucana
1654: expulsão dos holandeses

Unidade 6 - cap. 1 - A lavoura canavieira

Olá turma,
esse post tratará do primeiro capítulo da nossa prova. Lembrem-se que nossa avaliação abordará os 2 capítulos da Unidade 6.
Vamos lá!


Nas aulas sobre o capítulo 1 conversamos sobre os primeiros anos da colonização no Brasil e como foi montada a administração para garantir a ocupação dessas terras. Quais os motivos que explicam esse desinteresse inicial de Portugal?
- comércio mais lucrativo com o Oriente

Recordem que entre 1500-1530 (século XVI) Portugal estava mais interessado no comércio das especiarias do Oriente, muito mais lucrativo. Porém, reinos como a Espanha e a França também se lançaram na Expansão Marítima e em pouco tempo entraram em concorrência com Portugal nessas trocas comerciais no Oriente e na África e tomaram pontos até então exclusivos dos portugueses. 

E o que motivou a mudança de postura de Portugal?
- A necessidade cada vez maior de ocupação de fato do Brasil para proteger e garantir esses terras contra piratas e contrabandistas.  

Por isso, em 1530, foi organizada e enviada a expedição de Martim Afonso de Sousa com o objetivo de fundar núcleos de povoamento e iniciar o plantio de açúcar. Nesse contexto, em 1532, fui fundada a vila de São Vicente (localizada em São Paulo). Já nesse período a Coroa portuguesa iniciou a distribuição de lotes de terras e exigiam a exploração do território tornando-a produtiva e busca de metais preciosos.

Como se sabe, a expedição não era suficiente para ocupar todo o território. Por isso, em 1543, a Coroa portuguesa adotou um sistema de administração chamado de Capitanias Hereditárias. Por definição, a capitania era uma faixa de terra administrada por um capitão donatário nomeado pelo rei e a partir da denominação das capitanias pode-se deduzir que eram terras que podiam ser transmitidas como herança (hereditárias). O capitão donatário tinha uma diversos poderes, privilégios e deveres, como doar sesmarias, fundar povoações, proibir a venda de terras, tornar a terra produtiva, dentre outros. (Revejam o quadro da página 186).

Dentre as 15 capitanias existentes apenas a de São Vicente e Pernambuco tiveram sucesso por causa do cultivo de açúcar e pelo relacionamento mais pacífico com os indígenas. Esse sistema de administração não deu certo porque cabia ao colono (o donatário) todos os custos e riscos da colonização. Por isso, diversos donatário sequer conheceram suas terras, até mesmo por falta de recursos.

Para solucionar tal questão a Coroa, em 1549, criou o cargo de governador-geral com o objetivo de garantir a colonização. O governador-geral tinha como função organizar a defesa da colônia, garantir os domínio, catequizar os índios, incentivar a produção agrícola e a busca por metais precisos, aplicar a justiça e organizar a cobrança de impostos. O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa e foi o responsável pela fundação da cidade de Salvador que se tornou a primeira capital do Brasil. 

Os engenhos de açúcar

Ainda em 1548, antes mesmo da adoção do governo-geral, a Coroa portuguesa passou a distribuir terras para a plantação de açúcar apenas para aqueles colonos que possuíssem recursos para a construção de engenhos. Revejam, por favor, as páginas 188 e 189 para recordarem como o engenho era complexo, com várias atividades e contava, inclusive, com trabalhadores livres. (Nós fizemos um exercícios sobre isso - página 193, número 3. É interessante revisitarem.)

Apesar de existirem trabalhadores livres e que recebiam um salário por sua atividade, a regra não era essa, pois era muito mais comum o uso do trabalho escravo. A primeira opção era a escravização do índio, mão de obra mais barata porque bastava capturá-lo. Porém a resistência a escravidão indígenas tornou-se cada vez maior a partir das constantes fugas do índios, profundos conhecedores dos territórios, e as constantes guerras entre as tribos. Além disso, havia o crescente trabalho de conversão dos indígenas pelos jesuítas e a consequente proibição desse trabalho escravo e a criação de leis que proibiam o uso do nativo. A escravização indígena era possível apenas pela guerra justa.

Essas proibições ao trabalho escravo indígena explicam a preferência pelo trabalho escravo do africano. Esse modelo já era aplicado nas ilhas portuguesas do Atlântico na produção de açúcar e o comércio de escravos era fonte de dinheiro para a Coroa portuguesa, porque todos os navios negreiros deveriam pagar uma taxa de embarque para Portugal.

A escravidão indígena foi mais comum nas regiões mais distantes do litoral porque era extremamente difícil e caro levar escravos para o interior do território.

Cronologia
1500-1530: período de pouco colonização
1530: expedição de Martim Afonso de Sousa
1543: formação das Capitanias Hereditárias
1549: adoção do Governo-geral